Em entrevista à Rede Amazônica, Amazonino foge de pergunta sobre faturamento de radares e fala sobre mansão em Arraial do Cabo
13 de setembro de 2022
Candidato foi entrevistado nesta terça-feira, 13, pelos jornalistas da Rede Amazônica (Reprodução/Yotube)
Da Revista Cenarium
MANAUS – O candidato ao Governo do Amazonas, Amazonino Mendes (Cidadania), afirmou em entrevista concedida à Rede Amazônica, nesta terça-feira, 13, que “não tem nada a ver” com o caso Consladel, envolvendo contrato com os “corujinhas” usados na fiscalização de trânsito de Manaus durante sua administração na prefeitura da cidade em 2012. Ao ser questionado também sobre uma casa no valor de R$ 1, declarada ao TSE, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, o político, em tom rude nas respostas, chegou a declarar: “Não interessa, mas a casa é humildilíssima“.
As afirmações foram dadas aos jornalistas e apresentadores da Rede Amazônica Lane Gusmão e Fábio Melo que estavam mediando o quadro “Entrevista com os Candidatos“. Nos primeiros momentos da entrevista, foi citado os R$ 3,9 milhões declarados como patrimônio, junto à Justiça Eleitoral, e a casa no valor simbólico situada em uma das praias valorizadas do Brasil.
“Um real? Eu acho que foi um equívoco“, responde Amazonino em tom de surpresa que complementa: “Eu tenho uma casa, realmente, humilde, muito humilde, em Arraial do Cabo. Deve ter alguma razão básica para que meu contador tenha feito essa declaração de R$ 1, porque eu mesmo não faria. Até porque, como eu mesmo seria tão idiota de declarar isso? Nem um sapato custa R$ 1. Então, há um equívoco que eu vou me apressar em rever imediatamente“, declara o candidato.
Amazonino Mendes em entrevista na Rede Amazônica (Rede Amazônica/Reprodução)
Em seguida, ao citar o ano de 2012, no qual a gestão municipal de Amazonino foi marcada pelo “escândalo da Consladel” (empresa responsável pela implantação de radares), a jornalista Lane Gusmão é interrompida ao relembrar o bloqueio de bens de secretários da Prefeitura e, inclusive, do próprio Amazonino Mendes.
“A Justiça chegou a solicitar o bloqueio de bens de secretários da Prefeitura e, inclusive, os seus”, diz Lane que, imediatamente, é atravessada por Mendes que retruca: “Meu, não“, salienta o candidato incomodado com a fala da apresentadora que pede licença para concluir a pergunta de como evitaria um novo escândalo durante o próprio governo, caso eleito.
“Eu não tenho nada a ver com isso. Eu não sei nem o que é isso, para te confessar honestamente. Isso é um assunto que o secretário da época, evidentemente, deve ter suas alegações. Eu, pessoalmente, ao que tive conhecimento, até então, com relação a isso, nada de grave, que eu saiba, pelo menos“, responde Amazonino salientando “não ter nada a ver com a ação de terceiros”.
“Mas o senhor era prefeito, na época“, diz Lane Gusmão, que é rebatida pelo candidato ao Governo do Amazonas com um simples “Sim, e daí?“. Mesmo negando ter conhecimento e tentando desviar das respostas voltadas ao tema, há denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na qual afirmam que a Prefeitura, por meio do IMMU, e a empresa Consladel teriam desviado cerca de R$ 40 milhões dos cofres públicos.
Veja vídeo:
Amazonino Mendes fala sobre “escândalo da Consladel” (Rede Amazônica/Reprodução)
Outro ponto abordado durante a conversa com os jornalistas foi a presença atuante nos interiores do Amazonas enquanto governador do Estado. Segundo o candidato que está com 82 anos, atualmente, a presença in loco já não é algo necessário para exercer uma gestão efetiva.
“Hoje, tecnicamente, não se exige mais tanto a presença física para se obter bons resultados. Hoje, a tecnologia ajuda e está muito fácil, no meu ponto de vista“.
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