Em Jerusalém, duas explosões em pontos de ônibus deixam um morto e 14 feridos
23 de novembro de 2022

Da Revista Cenarium*
JERUSALÉM – Duas explosões em pontos de ônibus de Jerusalém mataram ao menos uma pessoa e feriram outras 14 nesta quarta-feira, 23, no que a polícia de Israel diz ser um ataque coordenado de palestinos.
Eles atribuíram a explosão inicial, que ocorreu na hora do rush, a um artefato explosivo plantado em uma estação de ônibus perto da saída da cidade. O segundo –cerca de 30 minutos depois– atingiu um ponto de ônibus na zona leste de Jerusalém.

Segundo o Centro Médico Shaare Zedek, para onde os feridos foram levados, um jovem de 16 anos teria morrido em decorrência dos ferimentos. O porta-voz da polícia, Eli Levi, disse à Rádio do Exército, rede nacional operada pelas Forças de Defesa, que o ataque foi o primeiro do tipo em muitos anos na região.
A vítima foi identificada como Aryeh Schupak, estudante de uma “yeshivá” (seminário rabínico), do bairro de Har Nof. Segundo a emissora pública Kan, ele também teria cidadania canadense. Até o momento, a embaixada do Canadá em Tel Aviv não confirmou a dupla cidadania, mas lamentou as explosões.
A Rádio do Exército israelense disse que os artefatos explosivos estavam escondidos em sacos e pelo menos um deles continha pregos para maximizar o impacto. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento da primeira explosão com uma nuvem repentina de fumaça saindo do ponto de ônibus. Detritos ficaram espalhados pelo local, que foi isolado pelos serviços de emergência.
O primeiro-ministro Yair Lapid, que em breve se despede do cargo, convocou uma reunião de emergência com chefes da segurança no quartel do Exército em Tel Aviv e disse que, depois, informará as conclusões a seu sucessor, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, vencedor das eleições realizadas em 1º de novembro.
Netanyahu se prepara para formar um governo que, de maneira inédita, alçará partidos ultraortodoxos e de ultradireita para o poder. O episódio desta quarta já foi usado para exercer pressão.
Itamar Ben-Gvir, radical e líder do Força Judaica que almeja o ministério da Segurança Interna, disse que o governo deve ser formato o quanto antes porque “o terrorismo opera”.
“É hora de estabelecer um governo de direita o mais rápido possível. Devemos cobrar um preço do terrorismo, impedir os assassinatos seletivos e impor um toque de recolher na regiões de onde vieram os terroristas”, escreveu ele em uma rede social.
Sem reivindicar a autoria das explosões, o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, celebrou os ataques, dizendo que eles são o preço de “crimes e agressões de Israel contra o povo palestino”.
A ONU, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos condenaram os ataques. “O terrorismo é um beco sem saída que não leva a nada”, disse a embaixada dos EUA no Twitter. Já Tor Wennesland, representante da ONU para processos de paz no Oriente Médio, afirmou que a violência contra civis nunca pode ser justificada.
As explosões ocorrem após meses de tensão na Cisjordânia depois que o exército israelense aplicou medidas duras em resposta a uma série de ataques em seu território.
(*) Com informações da Folhapress