Em Manaus, alimentos vencidos eram servidos em merenda escolar

Vereador Amom Mandel encontrou gênero alimentício fora do prazo da validade em escolas da zona Leste e em uma creche da zona Norte de Manaus (Vitor Brito/Divulgação)

Com informações da assessoria

MANAUS – Uma fiscalização surpresa, realizada pela Ouvidoria da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e pelo gabinete do vereador Amom Mandel (sem partido), encontrou, na última quinta-feira, 2, mais de 100 potes de margarina vencida há quase 30 dias. O produto seria usado no preparo de alimentos e também para o consumo direto, juntamente com pães e biscoitos, em escolas municipais localizadas nas zonas Leste e Norte de Manaus.

“Mais uma vez, alimentos vencidos. Parece que a Prefeitura de Manaus gosta de brincar com a saúde das pessoas, pior, com a saúde das crianças. Recebemos denúncias e montamos essa fiscalização. Infelizmente, encontramos alimento vencido, além de crianças estudando em salas sem iluminação adequada, com fiações expostas, sem ar-condicionado e em prédios que não oferecem a mínima segurança”, disse o vereador Amom Mandel.

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Mais de 100 potes de margarina vencida há quase 30 dias seriam usados no preparo de alimentos. Produtos foram pegos em fiscalização. (Vitor Brito/Divulgação)

As escolas municipais onde os materiais vencidos foram encontrados são Enaneide Cunha Marques Costa, Professora Júlia Barjona, Antônio Medeiros e na Creche Raul Dávila Pompeia. A fiscalização também constatou que em uma das unidades escolares, as crianças não recebiam nenhum tipo de proteína no horário do lanche, há 15 dias. Foi a situação encontrada na escola Enaneide, na Rua Terra Preta, bairro São José Operário. No local, Amom constatou que apenas banana e mamão eram oferecidos aos mais de cem estudantes da unidade.

“Isso vai contra todo tipo de recomendação nutricional. Oferecer aos estudantes, que, na maioria das vezes, vêm para a escola ter sua única refeição do dia, apenas banana e mamão é uma falta de respeito e brincadeira sem graça com os estudantes e com a educação”, afirmou Amom Mandel.

Falta de estrutura

Banheiros sem iluminação, fios expostos, falta de saída de emergência, salas de aula sem ar-condicionado e ausência de álcool em gel foram algumas das irregularidades encontradas durante a fiscalização. Na Escola Municipal Enaneide Cunha Marques Costa, em duas das salas de aula, sete das oito lâmpadas instaladas estavam queimadas há mais de 30 dias.

Fiscalização constatou as escolas em condições precárias. (Vitor Brito/Divulgação)

“É complicado trabalhar assim, a visão das crianças fica comprometida. A estrutura deixa muito a desejar, infelizmente, o ensino fica prejudicado”, disse uma professora.

Além disso, a mesma escola apresentava falta de álcool 70% nos dispensers instalados na unidade. O local usado para a prática de esportes não possui iluminação e está com todos os fios visíveis, um claro perigo aos estudantes.

Em uma escola, foi constatada a falta de álcool 70% nos dispensers instalados na unidade. (Vitor Brito/Divulgação)

Na Zona Norte, a Creche Raul Dávila Pompeia, estava sem atividades educacionais, segundo a gestora, que tentou impedir a fiscalização. A unidade de ensino passa por reforma, sem data para ser finalizada. Não há placa de informação dos valores gastos e nem de conclusão da reforma. Na unidade, foram encontradas salas com bastante infiltração e, também, margarina fora do prazo de validade.

“É lamentável que a educação seja tratada dessa maneira. Além da cidade ter poucas creches, as existentes, estão nessas condições. É uma clara falta de gestão pública. Todo material será elencado em um novo dossiê que iremos divulgar nos próximos dias. Reafirmo que continuarei fiscalizando os serviços públicos municipais, esse é meu papel como vereador e assim desempenharei”, finalizou Amom Mandel.

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