Em Manaus, casas noturnas ignoram risco de terceira onda e promovem aglomerações durante final de semana

Festas com aglomerações continuam acontecendo em Manaus (Reprodução/Espia Maninho)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A noite de sexta-feira, 30, foi marcada novamente por registros de várias aglomerações em festas na capital amazonense. Em vídeos que circulam nas redes sociais, os estabelecimentos descumprem as regras para funcionamento em vigor do Estado do Amazonas que determinam 50% de ocupação, sem salão de dança e com os frequentadores respeitando os protocolos como uso de máscaras, ignorando a possível terceira onda da doença.

No vídeo supostamente gravado no Pub Amor Eu Vou Dormir, no bairro Armando Mendes, zona Leste de Manaus, várias pessoas aparecem reunidas na pista de dança do local. Com a banda tocando ao fundo, é possível ver várias pessoas dançando e conversando sem utilizar máscaras de proteção e sem preocupações.

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Vídeo mostra pessoas aglomeradas e sem máscaras em um bar em Manaus (Reprodução/Espia Maninho)

Os vídeos e imagens dos estabelecimentos são compartilhados por contas de notícias e humor no Instagram. Após as imagens registradas no vídeo acima, o Pub teria sido fechado pela Central Integrada de Fiscalização (CIF), coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Amazonas.

Festa com aglomeração foi fechada pela CIF (Reprodução/Espia Maninho)

No segundo vídeo, possivelmente gravado no Rox Club e Lounge, na rua Rio Içá, bairro Nossa Sra. das Graças, zona Centro-Sul de Manaus, a situação não foi diferente. O compilado com vários vídeos também mostra os clientes do local aglomerados e sem máscaras. Os homens se divertem com garrafas de bebida, aparentemente comemorando o aniversário de um deles.

Pessoas se aglomeram sem uso de máscara em bar em Manaus (Reprodução/Espia Maninho)

O Governo do Amazonas confirmou o fechamento do Pub Amor Eu Vou Dormir por agentes da fiscalização. No momento da chegada dos fiscais, mais de 300 pessoas estavam no bar, segundo informações oficiais. O local foi interditado pela Visa Manaus.

Terceira onda

O Governo do Amazonas já prepara um plano de contingência para evitar uma terceira onda de Covid-19. Apresentado na quinta-feira, 29, o documento do Plano de Contingência para o enfrentamento à Covid-19 traz medidas como identificar e tratar os casos positivos na rede de assistência; monitorar e isolar os contatos para quebrar a cadeia de transmissão do vírus; e evitar internações e mortes.

No plano, o trabalho da Atenção Básica integrado com a vigilância em Saúde é essencial. Para isso, a testagem com RT-PCR e teste rápido de antígeno vem sendo incentivada. Uma nota técnica orienta para que as unidades de saúde estaduais e municipais priorizem os dois exames que identificam o vírus. Nos demais municípios, onde a logística não contribui com a estratégia, a nota técnica orienta o uso do teste de antígeno, cujo resultado é imediato.

O planejamento para uma eventual subida de casos considera a taxa de ocupação dos leitos, clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e a situação epidemiológica da Covid-19 para tomada de decisão em caso de uma nova explosão de casos. Para cada fase do plano está prevista ampliação de leitos para Covid-19 e toda a cadeia de suprimentos necessária.

Estabelecimento fechados

Na última semana, a CIF fez um balanço das fiscalizações realizadas em 10 meses de enfrentamento à Covid-19 em Manaus. Nesse período, a central vistoriou 3.320 estabelecimentos na capital amazonense.

Foram 495 autuações ou notificações e 102 interdições, além de 774 locais fechados por problemas como aglomeração e falta de condições sanitárias, que acabam se tornando um campo fértil para a disseminação do vírus. Entre os locais visitados estão bares, restaurantes, flutuantes, balneários, festas clandestinas, postos de combustíveis, além de supermercados, lojas, academias e salões de beleza.

Entre as principais irregularidades encontradas pelos fiscais, inspetores de saúde e Corpo de Bombeiros Militar (CBMAM) estão a ausência de licença sanitária, aglomerações, descumprimento de horário de funcionamento previsto em decretos. Mas há, ainda, inconformidades para além das questões sanitárias, como falta de licença para funcionar, inadequações de higiene e até falta de segurança e prevenção de incêndios.

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