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Em Manaus, emoção e saudade marcam visitas ao cemitério no Dia das Mães
Com velas e flores nas mãos, familiares de mães sepultadas prestaram homenagens neste dia (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
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09 de maio de 2021
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A visitação ao Cemitério São João Batista, na zona Centro-Sul da capital amazonense neste domingo, 9, de Dia das Mães, foi marcada por emoção. Com velas e flores nas mãos, filhos, maridos e familiares de mães que estão sepultadas no local prestaram homenagens neste dia, que deveria ser marcado por alegria e celebrações.
Muitas das perdas aconteceram em meio à pandemia da Covid-19 e principalmente em decorrência da doença. Foi assim com a mãe do empresário Wagner Siqueira, que morreu no dia 31 de dezembro de 2020 – em pleno réveillon. Quatro meses após a partida de Ivaneide Siqueira, de 67 anos, os dois filhos ainda sentem a saudade latente da mãe. Neste Dia das Mães, os dois foram ao cemitério visitar o túmulo de Ivaneide.
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“Um momento muito difícil, muito complicado, ninguém acredita, ninguém superou ainda. Ela estava gozando de saúde, estava boazinha, de repente pegamos esse baque. Aí parece que em um estalo de dedos ela desapareceu. Então está muito difícil, todo dia está sendo uma batalha para superar. Matando um leão todo dia”, disse Wagner visivalmente emocionado.
Movimentação
A movimentação no local estava calma, principalmente devido à chuva que caiu na capital amazonense nesta manhã. Quem foi até o cemitério encontrou tranquilidade para prestar as homenagens, como Eliana Cunha que – após um ano sem ir visitar o jazigo da mãe Antônia Ferreira Barbosa, de 83 anos – aproveitou este dia para levar flores e acender velas no túmulo da matriarca da família.
“Hoje que nós estamos retornando, ano passado não viemos, porque estava fechado aí depois não abriu mais. Estávamos ansiosos para vir, deixamos para vir hoje e graças a Deus abriu”, contou Eliana, que estava acompanhada do marido Ulisses Cunha.
Outro cemitério
Do outro lado de Manaus, no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado na zona Oeste, na Avenida do Turismo, bairro Tarumã, a movimentação também foi tranquila. A reportagem esteve no local e não registrou aglomerações.
O local possui 70 quadras, que perfazem uma área total de 105,433 hectares, sendo o único cemitério público da capital, foi o que mais recebeu vítimas da Covid-19 durante a primeira e segunda onda da pandemia.
Acesso restrito
De acordo com os órgãos municipais que administram os espaços funerários, o acesso aos cemitérios estava restrito aos familiares que possuam ente sepultado nos espaços, para respeitar o distanciamento social. A visitação geral aos cemitérios só será possível até as 20h deste domingo.
Afonso Celso Ribeiro, de 59 anos, cuida da lápide da esposa Irinete Cunha, que morreu no dia 14 de janeiro (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
Aproveitando o acesso livre, o aposentado Afonso Celso Farias, de 59 anos, também foi prestar homenagens à esposa Irinete Cunha, com quem foi casado durante 40 anos. Ela morreu no dia 14 de janeiro deste ano aos 59 anos – também em decorrência da Covid-19.
Além de flores e velas, o aposentado reforçou a manutenção da lápide da esposa e contou que não conseguiu ir até o local anteriormente. “Desde quando ela foi enterrada, vim para entrar no cemitério, mas estava fechado, não me deixaram entrar”, disse ele.
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