Em Manaus, Fundo Amazônia completa 17 anos com R$ 210 milhões para projetos na região
Por: Marcela Leiros
12 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) celebraram nesta terça-feira, em Manaus (AM), os 17 anos do Fundo Amazônia, considerado um dos principais instrumentos da política ambiental e climática brasileira. Durante a solenidade, foi anunciada a liberação de R$ 210 milhões para iniciativas de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Com o tema “Fundo Amazônia 17 anos: raízes e rumos”, o evento teve início nesta terça e encerra nessa quarta-feira, 13, no Hotel Intercity Manaus, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul da capital amazonense. A solenidade de abertura contou com a presença do secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, e o superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri. A ministra Marina Silva participou por meio de videoconferência.

Em parte da sua manifestação, Marina Silva destacou a redução no desmatamento na região amazônica, segundo dados do governo federal. De acordo com a ministra, a diminuição se deu pelo aumento de ações fiscalizatórias do Governo Lula, por meio de órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“Mas eu quero também aqui trazer o Ibama, o ICMBio, para a gente sentir onde vem essa queda do desmatamento, essa queda vem de 9.540 ações fiscalizatórias, 3.976 autos de infração, 2,4 bilhões de multas aplicadas, 3.111 embargos, 5.096 quilômetros quadrados de área embargada, 2.124 apreensões e R$ 365,7 milhões, o valor dessa apreensão, e 873 equipamentos destruídos“, declarou ela.
Projetos
Durante a solenidade, João Paulo Capobianco e Nabil Kadri anunciaram a liberação de R$ 210 milhões para iniciativas de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Do total, R$ 60 milhões serão destinados ao projeto “Prospera na Floresta”, que incentiva turismo, empreendedorismo e atividades produtivas sustentáveis em comunidades tradicionais do Amazonas.
Outros R$ 150 milhões vão para o Projeto “União com Municípios pela Redução de Desmatamento e Incêndios Florestais“, que vai atuar em 70 cidades que correspondem ou são responsáveis por 50% de todo o desmatamento da Amazônia. No Amazonas, de dez municípios que estão na lista prioritária para controle do desmatamento e degradação, nove aderiram ao programa: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Itapiranga, Lábrea, Manicoré, Maués e Novo Aripuanã.

“É uma parceria onde o município apresenta suas necessidades dentro de um escopo pré-definido, que é de regularização ambiental e fundiária, investimento no monitoramento, investimentos nas ações de controle do desmatamento e incêndios. E, a partir deste entendimento dessa lista de possibilidades, há uma transferência de recursos que permitem que os municípios se capacitem. É um programa muito baseado na relação construtiva entre o Governo Federal e os governos municipais“, declarou o Capobianco.
O superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri, enfatizou os impactos do projeto Prospera na Floresta. “Esse especificamente é todo executado no território do estado do Amazonas, então a gente espera aí chegar pelo menos 14 mil famílias atendidas com esse projeto recém aprovado“, declarou.

Celebração em Manaus
O evento “Fundo Amazônia 17 anos: raízes e rumos” reúne representantes de países doadores, autoridades do governo do Amazonas, membros do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) e beneficiários dos projetos apoiados. A programação inclui debates sobre os aprendizados, desafios e perspectivas para o futuro, além de criar uma rede de articulação entre iniciativas de proteção da floresta.
Desde 2008, o Fundo Amazônia já apoiou 139 projetos que beneficiaram mais de 260 mil pessoas, incluindo 600 organizações comunitárias e ações em 169 terras indígenas, promovendo renda e melhores condições de vida para povos e comunidades tradicionais.