Em Manaus, Grupo Sateré-Mawé realiza oficina gratuita de iniciação ao grafismo corporal

Serão dois dias de aprendizado sobre a importância da pintura corporal(Reprodução/ Samara Souza)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Visando compartilhar um pouco da cultura e do costume indígena presentes nos povos originários, o Grupo de Dança Sateré do Parque da Tribos, comunidade situada no Tarumã, zona Oeste de Manaus, abriu inscrições para oficina de iniciação ao grafismo corporal. Serão dois dias (09 e 10 de julho) de programação realizados a partir das 14h no Centro Cultural Mainuma, situado no mesmo bairro.

Durante a oficina, serão ministrados ensinamentos voltados para a compreensão dos seguintes conteúdos: história do grafismo indígena, grafismo nos rituais, práticas de grafismo e como utilizá-lo. Jovens a partir dos 12 anos de idade podem se inscrever, basta ligar para o número (092) 99126-2514 até a manhã do primeiro dia de programação para garantir a participação.

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De acordo com o responsável pelas aulas, Amadeu Sateré, além de ensinar os fatores corporais, espirituais e psicológicos que envolvem o grafismo, as aulas movimentam os jovens da própria comunidade promovendo a socialização e a disseminação do conhecimento.

“Tem gente que vê nossas pinturas e diz que é bonito, mas na verdade não sabe nada do seu significado. Essa oficina tem objetivo de inspirar outros jovens indígenas e os não indígenas também por meio da pintura e ver o quanto ela é representativa e quão bela e tão nossa ela é”, conta o oficineiro.

Apoio e dinâmica

O projeto criado pelo Grupo Sateré-Mawé, segundo Amadeu, conta com apoio do Cacique Kokama do Parque das Tribos e pela equipe do Arte e Comunidade Coletivo Allegriah. “Esse momento de resgate tem apoio de algumas pessoas superimportantes, como professores, o secretário do Grupo Nildo Tavares, até o próprio Centro Cultural Mainuma, que cedeu o espaço para que eu possa ministrar as aulas”, ressalta Amadeu Sateré.

Amadeu também destaca para o ensino do uso da tinta do jenipapo que já será repassada no primeiro dia de curso. “Teremos uma dinâmica bem legal e já no primeiro dia vou mostrar o modo adequado de uso e cuidado que devemos ter com a tinta extraída do jenipapo. No segundo dia já entrarei no momento tão aguardado que é o grafismo na prática, como e quando devemos usar”, explica.

Amadeu ressalta ainda que essas pequenas práticas como oficinas, minicursos são ferramentas necessárias para abranger diversos públicos em momentos diferentes, mas perpetuando um mesmo significado.

“É uma oficina de dois dias, mas há tanta riqueza dentro dela. Estamos mostrando nossa cultura de alguma forma, a importância do resistir e não deixar que ritos e detalhes se acabem e caiam no esquecimento. E se eu abrir a mente dos que participarem dessa oficina e conseguir fazer com eles saiam daqui inspirados e respeitando nossa cultura, eu já fico feliz, pois temos muito a mostrar”, finaliza.

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