Em Manaus, Marina Silva anuncia medidas para zerar desmatamento até 2030
Por: Fred Santana
10 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou nesta terça-feira, 9, os avanços do governo federal na redução do desmatamento e a importância da cooperação com Estados e municípios para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030. As declarações ocorreram durante a cerimônia de implementação do Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da cúpula ministerial.
Na ocasião, foram assinados contratos entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão (Anater), além do acordo com o Memorial Chico Mendes para viabilizar o projeto Sanear Amazônia. O programa prevê investimentos em regularização ambiental e fundiária, assistência técnica, recuperação da vegetação nativa, pagamento por serviços ambientais e fortalecimento das secretarias municipais de meio ambiente.

Segundo Marina Silva, o foco inicial será em cerca de 70 municípios prioritários da Amazônia que já aderiram à iniciativa com investimentos que ultrapassam R$ 150 milhões provenientes do Fundo Amazônia e parcerias com organismos internacionais. A ministra lembrou que, nos dois primeiros anos do Governo Lula, o desmatamento caiu 46%, o que evitou a emissão de 400 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera.
“A Amazônia não pode ser destruída”
Em seu discurso, Marina Silva ressaltou que a redução do desmatamento é resultado de políticas públicas integradas e da retomada do Fundo Amazônia, que havia sido paralisado no período de 2019 a 2022. “Assim que o presidente Lula reassumiu, cinco dos dez primeiros decretos assinados foram na área ambiental, restabelecendo programas e políticas destruídas no governo anterior”, afirmou.
A ministra destacou, ainda, a importância da participação das comunidades locais: “Povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares que protegem o meio ambiente vão receber pagamento por serviços ambientais, porque eles ajudam a preservar a floresta”. Ela também anunciou a instalação de escritórios municipais de monitoramento com veículos, drones e equipamentos para intensificar a fiscalização.
Rumo à COP30
A titular do MMA lembrou que o Brasil chegará à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém, “liderando pelo exemplo”. “Temos 45% da matriz energética limpa, 90% da matriz elétrica renovável e compromisso com o desmatamento zero. Vamos fazer da COP a conferência da implementação do que já foi discutido ao longo de mais de 30 anos”, declarou.
A ministra também frisou o trabalho de desintrusão (retirada de pessoas não indígenas que ocupam, de forma ilegal e indevida, territórios protegidos) de terras indígenas, como as dos povos Yanomami, Kayapó e Munduruku, em parceria com Ibama, ICMBio, Polícia Federal, Funai e outros órgãos.
“Não se trata apenas de dizer o que não se vai fazer, mas de como fazer, da forma certa, respeitando as terras indígenas e criando unidades de conservação para que a floresta se mantenha em pé”, disse Marina.