Em Manaus, Parque dos Bilhares sofre com depredações e frequentadores relatam insegurança

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Localizado entre duas das principais avenidas de Manaus — Djalma Batista e Constantino Nery —, no Amazonas, e próximo a centros comerciais, o Parque dos Bilhares “respira por aparelhos”. No local, construído com a proposta de oferecer lazer à população, pichações, depredações e a falta de segurança afugentam frequentadores.

O complexo no bairro Chapada, zona Centro-Sul da cidade, é dividido em duas partes e tem estrutura de banheiros, estabelecimentos comerciais, pista de skate, quadras para esportes e até um anfiteatro. Com pórtico de entrada pela Avenida Djalma Batista, o parque se estende até a Avenida Constantino Nery, onde os pedestres passam por uma ponte.

Atualmente, o Bilhares está fechado, mas a REVISTA CENARIUM esteve no local nesta quarta-feira, 21, e constatou que é possível entrar no local tranquilamente, já que um trecho do muro foi derrubado e as grades foram retiradas.

Leia também: Patrimônio tombado, Centro Histórico em Manaus perde potencial turístico por conta do abandono de governantes

Além das pichações, os banheiros estão sem portas e vasos sanitários, com dejetos no chão, e estruturas de lonas foram arrancadas.

Banheiros tiveram portas e vaso sanitários arrancados. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Espaços para estabelecimentos comerciais foram depredados. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

O anfiteatro do Parque dos Bilhares. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Grades foram retiradas do local. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Mesmo sem vasos, banheiros são usados. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Entrada do Parque dos Bilhares pela Avenida Djalma Batista. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Pichações e vegetação descuidada tomam conta do local. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

O estudante Lucas Augusto, que reside ao lado do parque e costuma ir ao local para caminhar, lembra de quando o espaço era mais bem cuidado e fala que só se sente seguro de andar pela segunda parte, já que é onde parece haver mais fiscalização.

“Antes era bem mais tranquilo, parecia que eles cuidavam mais do parque. Hoje em dia, parece que está bem abandonado“, conta ele. “Aqui, ainda meio que cuidam um pouco, mas a parte que fica pro lado da Djalma [Batista] ainda é bem abandonado, tanto que pessoal tem medo de andar para lá porque deve ter risco de assalto. Aqui, eles [a guarda municipal] ainda fazem uma ronda, mas para o outro lado não tem“.

Leia também: ‘Fim de ano Solidário’: Ativista realiza campanha para doações de cestas básicas à comunidade LGBTQIA+ em Manaus

Descaso

Mesmo com as entradas fechadas, alguns insistem em usufruir do espaço, como no caso do skatista Victor Hugo. Ele e amigos ainda frequentam assiduamente os espaços do Parque dos Bilhares destinado ao esporte e pede que a segurança seja retomada, para que a população volte a desfrutar do complexo.

“Aqui, era um local que passavam muitas famílias, tinha muitos eventos. É um parque maravilhoso, bem localizado, mas está tudo jogado, tudo ao léu”, critica. “Sem segurança para os cidadãos, nada vai para frente, vai ficar assim jogado“.

Reforma

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) informou à reportagem que o a etapa entre as avenidas Constantino Nery e Djalma Batista do parque foi reformada no início do ano passado, mas foi alvo de vandalismo. A pasta pediu apoio da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) para reforçar o patrulhamento no local e nos próximos 60 dia vai instalar câmeras de monitoramento nas duas etapas.

A secretaria disse ainda que a primeira etapa, com acesso pela Constantino Nery, a maior do parque, já foi liberada desde o ano passado em toda sua totalidade.

História

O Parque dos Bilhares fica localizado às margens do Igarapé do Mindú e construído em duas etapas. A primeira, inaugurada em 24 de outubro de 2006, e a segunda, em 28 de julho de 2007. Tem área total de, aproximadamente, 60 mil metros quadrados e é dividido pela Ponte Prudente de Moraes.

*Matéria atualizada às 8h47 de 22/12/2022 para adicionar a resposta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).