Em Mato Grosso, ataque em garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé deixa dois mortos

Suspeitos de ataque fugiram (Reprodução/PF)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — Dois homens, ainda não identificados, morreram durante um ataque em um garimpo ilegal, na Terra Indígena Sararé, região Suldoeste de Mato Grosso, nesse domingo, 26. Outras duas pessoas ficaram feridas. O local é frequentemente alvo de garimpeiros para extração ilegal de madeira e ouro.

A caso foi atendido por policiais civis das Delegacias de Pontes e Lacerda e de Vila Bela da Santíssima Trindade. No local, os policiais encontraram os dois corpos já no chão e sem vida. Segundo as testemunhas que estavam no local, os atiradores chegaram ao barraco onde estavam as vítimas, bateram nas pessoas e efetuaram os disparos.

Conforme a polícia, outras duas pessoas, ficaram feridas com as perfurações provocadas por disparos de arma de fogo. A Terra Indígena fica na divisa dos municípios de Pontes e Lacerda e Vila da Santíssima Trindade e frequentemente é alvo de garimpo ilegal.

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Polícia Federal (PF) durante Operação Mamon, na Terra Indígena (TI) Sararé (Divulgação/Polícia Federal)

Segundo o delegado, até o momento, não há mais informações sobre quem seriam os atiradores. O caso é investigado pela Polícia Civil. “As primeiras motivações, até passadas por pessoas que estavam lá, seria a disputa territorial dentro do garimpo, que atua na Terra Indígena Sararé”, afirmou o delegado Regional de Pontes e Lacerda, João Paulo Berté.

No mês passado, uma operação conjunta de forças de segurança destruiu diversos maquinários usado no garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé. Durante a ação, os policias federais encontraram e destruíram 22 pás carregadeiras, 39 motores estacionários, duas bombas d’água e outros equipamentos. O maquinário destruído tem custo estimado em R$ 1 milhão.

Terra Indígena Sararé

A Terra Indígena está localizada nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Conquista D’Oeste e Nova Lacerda. O território que possui 67.420 hectares e é homologado desde 1985. Recorrentemente, foi alvo de garimpeiros e operações de combate aos crimes ambientais. Segundo a Funai, a exploração mineral ilegal na região é antiga, o que torna a TI alvo de atividades do garimpo ilegal desde a década de 1990.

Terra Indígena Sararé (Divulgação/Ibama)
Terra invadida

Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) realizou uma ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Exército, a Funai, a Força Nacional, o Gefron-MT e o Ciopaer-MT para a retirada de garimpeiros da Terra Indígena Sararé.

De acordo com a PF, foram realizadas barreiras nas principais vias de acesso à Terra Indígena e incursões pelas matas e áreas atingidas pelos garimpeiros. Foram encontrados e inutilizados 22 pás carregadeiras, 39 motores estacionários, duas bombas d’água, um gerador e duas britadeiras.

Operação “Ouro Viciado” inutilizou 22 pás carregadeiras (Divulgação/PF)

Na ocasião, a Polícia Federal disse que as investigações teriam continuidade para “identificar os financiadores das atividades ilegais e descapitalizar a organização criminosa que, ao usurpar de ouro de origem ilegal, financia diretamente a degradação do meio ambiente, dizima a população indígena na região e polui os rios que abastecem os municípios”, informou a PF.

Leia mais: Operação combate extração ilegal de ouro na Terra Indígena Sararé no Mato Grosso
Editado por Aldizangela Brito
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