Em Mato Grosso, metade dos municípios ainda dependem de lixões


28 de maio de 2024
Lixão contamina o solo e o lençol freático (Foto: Divulgação/MMA)
Lixão contamina o solo e o lençol freático (Foto: Divulgação/MMA)

Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — No Mato Grosso, 83 dos 141 municípios usam o sistema de lixões para destinar a coleta de resíduo urbano. O número representa 59% das cidades do Estado, segundo dados do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Os outros 58 municípios destinam os resíduos em aterros sanitários.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) estabeleceu meta para todos os municípios erradicarem lixões até agosto deste ano. No entanto, o planejamento não deve ser cumprido no tempo estipulado. Uma forma de evitar o grande número de lixões, é por meio da gestão consorciada dos resíduos, que são destinados apenas para um aterro sanitário.

Na região da Grande Cuiabá, o modelo já é aplicado e envolve os municípios de Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger. O local ainda tem capacidade para receber de mais lixo de outras 11 cidades da região Baixada Cuiabá. Os aterros são considerados mais adequados para o descarte do lixo por existir impermeabilização do solo para evitar a contaminação, além da drenagem dos líquidos e gases tóxicos provenientes da decomposição dos materiais.

O aterro Ecoparque Pantanal, localizado na região do bairro Pedra 90, na capital, é gerido pela empresa Orizon Valorização de Resíduos. O contrato firmado entre a empresa o consórcio prevê investimento de R$ 81 milhões. O local atende cerca de resíduos de 1 milhão de pessoas.

Ecoparque Pantanal, em Cuiabá (Reprodução)

Segundo a companhia, é previsto transformar em energia cerca de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de metano, o que equivale à retirada de 45 mil carros das ruas ou ao plantio de 1,2 milhão de árvores. O montante gera 170 mil créditos de carbono por ano.

Apesar disso, conforme o professor Paulo Modesto Filho, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), aproximadamente 34% dos resíduos que são produzidos têm potencial para reciclagem, quantidade que é pouca aproveitada mesmo nos aterros sanitários do estado.

Produção de lixo e custos

Na capital, conforme a prefeitura, são destinados ao aterro 16 mil toneladas de lixo todo mês. Segundo o MP, o município mato-grossense Nossa Senhora do Livramento tem o menor custo para destinação do lixo, entre os municípios da Baixada Cuiabana, em torno de R$ 1,2 milhão.

As cidades de Nobres e Rosário Oeste teriam custo anual mais elevado, com R$ 3,7 milhões. Em seguida, Poconé (R$ 3,5 mi), Chapada dos Guimarães (R$ 1,9 mi), Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger (R$ 2,1 mi) e Acorizal e Jangada (R$ 1,3 mi).

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Editado por Aldizangela Brito

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