Em meio à confusão, Josué Neto decide suspender sessão na ALE-AM após troca de acusações

Sessão virtual foi transmitida por meio de mídias sociais da ALE-AM. (reprodução/ internet)

Carolina Givone – Da Revista Cenarium

MANAUS – Mais uma vez a sessão plenária online da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) começou e foi interrompida sob tumulto antes de qualquer decisão sobre o impeachment do governador Wilson Lima. Nesta quarta-feira, 13, logo após o início dos trabalhos, as discussões entre os deputados já tiveram início ainda no pequeno expediente. Em meio à confusão, Josué Neto decidiu por suspender a sessão.

Josué Neto (PRTB), desde a sessão de ontem, 12, segue sob negação dos requerimentos a respeito do afastamento dele da Comissão do Impeachment e também afirmou que há um descontrole nas ações dentro e fora da Aleam, principalmente sobre assuntos relacionados ao novo Coronavírus. “Ontem, nós tivemos embates que talvez eu não nunca tenha visto na Aleam. Todos os microfones ficaram abertos e os eminentes deputados acabaram falando coisas que possam ter se arrependido depois. Há um descontrole de ações, principalmente na área da saúde e vejo que na assembleia também existe um embaraço nas atuações. Por essa razão encerrei o expediente, pois entendi que não haveria mais um diálogo entre os pares”, comentou.

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Alessandra Campelo (MDB) acusou Josué de utilizar dinheiro público para financiar ataques contra deputados governistas, para pressioná-los ao impedimento do governador. “O desrespeito que aconteceu foi com o plenário, com o regimento interno. Não é questão de tumultuar, mas precisamos que os requerimentos e solicitações sejam analisadas pelos deputados. Não adianta usar a Procuradoria ao seu bel prazer, para deliberar posicionamentos favoráveis à sua opinião. Alerto também que divulgar os meus telefones nas redes sociais para me ofender, por meio dos seus apoiadores, pagos com dinheiro público, teve exatamente o efeito contrário, estou recebendo pedidos de ajuda, cestas básicas”, rebateu

Belarmino Lins (PP) pediu que os trabalhos emergenciais sobre o combate ao novo coronavírus não sejam interrompidos, em detrimento do processo de escolha da Comissão Especial do Impeachment. “Constrangimento para iniciar uma sessão sob tumulto, gostaria que os ânimos fossem acalmados. Solicito que os requerimentos fossem analisados pela procuradoria antes de qualquer outra decisão da Comissão Especial. No sentido de acautelar a mesa diretora para tal ação, enquanto a procuradoria não se manifestar sobre isso, o senhor não pode tratar esse pseudo impeachment. Faço um apelo a Alessandra Campelo, vamos aguardar a manifestação jurídica e seguir com o expediente voltado para ações de combate ao Covid-19, que tanto aflige nosso Estado”.

Dr. Gomes “Ao invés de nos unirmos, para que de mãos dadas possamos lutar contra a pandemia, estamos discutindo se vamos tirar ou não alguém que foi eleitor pela vontade soberana do povo. A história não nós perdoará senhores”, concluiu o deputado.

Interrupções

A sessão foi interrompida pelo menos três vezes por Josué Neto, presidente da Casa, que segue ignorando o pedido do vice-líder da base do governo, deputado Saulo Viana, que respaldado pelo parecer do ex-ministro do STF, pediu a votação, em regime de urgência, de um requerimento, questionando a suspeição de Josué. O parlamentar teve, aproximadamente, 24 mil votos nas eleições de 2018 para 1 milhão de votos de Wilson Lima.

O próprio pai do presidente da Aleam, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) Josué Filho, desaconselhou a discussão sobre o impeachment do governador Wilson Lima e seu vice, Carlos Almeida, no momento em que o Estado vive uma pandemia, com muitas mortes.

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