Em nove meses, ‘piratas dos rios’ geram prejuízos de R$ 20 milhões em roubo de cargas de gasolina no AM
23 de setembro de 2022
Só neste mês de setembro, a entidade contabiliza dois roubos de combustíveis em embarcações, além de perdas de materiais (equipamentos os quais foram quebrados) e agressões e ameaças a tripulantes (Divulgação/Sindarma)
Karol Rocha – Da Revista Cenarium
MANAUS – Em apenas nove meses, o setor de transporte fluvial de cargas do Amazonas acumula mais de R$ 20 milhões em perdas de combustíveis com a suposta ação de “piratas dos rios”. O levantamento foi realizado pelo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) e divulgado esta semana. A maior incidência de roubos e tentativas de assaltos acontecem no Rio Madeira e no trecho entre Itacoatiara e a divisa com o Pará.
Só neste mês de setembro, a entidade contabiliza dois roubos de combustíveis em embarcações, além de perdas de materiais (equipamentos o quais foram quebrados) e agressões e ameaças a tripulantes. No total, segundo o Sindarma, foram roubados mais de 620 mil litros nos dois assaltos realizados neste mês.
“No ritmo em que a situação se encontra nos rios, em pouco tempo haverá falta de tripulantes, uma vez que ninguém vai arriscar a vida em uma atividade de alto risco, e isso poderá gerar problemas de abastecimento de produtos de primeira necessidade, principalmente, de combustível, nos municípios do interior”, destacou o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega.
Veja o relato de um funcionário da embarcação:
Relato de um funcionário de uma embarcação no Amazonas (Reprodução)
Ele comenta que áreas com maior incidência de roubos e tentativas são no Rio Madeira e no trecho entre Itacoatiara e a divisa com o Pará. “A situação está muito grave e ainda estamos na metade do mês”, comentou ele, que ressalta que os “piratas dos rios” ameaçam e agridem, fisicamente, os marinheiros e profissionais que trabalham nas embarcações.
Ainda de acordo com Nóbrega, a situação fica ainda mais perigosa em período de vazante dos rios, por conta da dificuldade para navegar em certos trechos em que há maior incidência de bancos de areia e pedras, como no Rio Madeira, fatores que obrigam as embarcações a reduzirem a velocidade e, desta forma, facilitam a abordagem dos “piratas”.
Em setembro de 2022, houve dois roubos aos transportes fluviais de cargas no Amazonas. Um deles aconteceu em um transporte de combustível que seguia até a cidade de Porto Velho (RO) e outro ocorreu em uma navegação realizada entre os municípios de Parintins e Juruti (PA).
Sobre providências, Madson Nóbrega afirma que os cuidados ficam por conta das empresas transportadoras. Ele destacou a importância da escolta armada de comboios que, segundo ele, senão fosse isso, o ataque às embarcações seriam piores.
“A primeira providência que as empresas transportadoras já realizaram, por conta própria, é equipar as embarcações com rastreadores e sistemas de comunicação via satélite. Também fazemos o treinamento das tripulações e, principalmente, contratamos empresas de segurança para fazer a escolta armada dos comboios. Vale ressaltar que sem essas escoltas, o número de roubos seria muito maior”, disse a vice-presidente do Sindarma.
Nóbrega comenta também que está em constante contato com órgãos de segurança pública do Amazonas. “O Sindarma também mantém contato permanente com os órgãos estaduais e federais de segurança para troca de informações, apoio e suporte para o transporte fluvial no Estado”, finalizou.
Veja o relato de outro funcionário de embarcação:
Tentativa de roubo a uma embarcação no Amazonas (Divulgação)
Segurança Pública
Questionado sobre a segurança pelos rios do Amazonas, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), por meio do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas (GGI-F), afirmou, em nota, que intensificou a Operação Fronteira Mais Segura/Hórus, a qual desde 2019 já causou um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão ao crime.
Na região do Solimões, a SSP-AM disse que conta com a Base Arpão no município de Coari, um projeto inédito de combate ao narcotráfico e à pirataria. Já a Base Arpão II está em fase de construção e deve ser inaugurada em breve para intensificar as ações fluviais de combate ao crime no Estado.
Além disso, a base Tiradentes atua no Médio Solimões e na calha do Rio Japurá, que tem colaborado para a redução dos roubos na região. A SSP-AM reforçou a importância do 181. O disque-denúncia funciona 24 horas por dia, sete dias na semana.
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