Em novo clipe, Caetano Veloso aborda tecnologia e faz crítica a ‘líderes palhaços’

"Anjos tronchos" é o primeiro single do álbum "Meu coco", de Caetano Veloso (Reprodução/Internet)

Bruno Pacheco – Da Cenarium

MANAUS – Nove anos depois do álbum “Abraçaço”, de 2012, o cantor Caetano Veloso lançou, na quinta-feira, 16, o clipe “Anjos tronchos”, o primeiro single que dá início à divulgação do mais novo trabalho do artista, o álbum “Meu coco”. A canção fala sobre tecnologia e faz crítica a “líderes palhaços”, uma referência ao presidente Bolsonaro (sem partido), apelidado de palhaço por oposicionistas.

O álbum deve contar ainda com outras músicas inéditas que devem ser lançadas ao longo deste último trimestre do ano. Nas redes sociais, o cantor lembra que embora não conheça muito sobre tecnologia e das suas consequências, ele fez uma canção que parece mexer em questões muito maiores que é capaz de dominar.

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“Uns anjos tronchos do Vale do Silício”, marca o início da canção de Caetano Veloso, a qual ele faz referência ao reduto norte-americano de empresas comandadas por bilionários que estão no poder da tecnologia mundial. “Desses que vivem no escuro em plena luz”, continua trecho da música.

“Agora a minha história é um denso algoritmo/ Que vende venda a vendedores reais/ Neurônios meus ganharam novo outro ritmo/ E mais e mais e mais e mais”

Trecho da canção Anjos Tronchos

No verso em que o cantor faz referência ao presidente Bolsonaro – que ganhou popularidade nas redes sociais com o apoio da extrema direita ligada a fake news – Caetano escreve que “palhaços líderes brotaram macabros” que estão “munidos” e são promovidos com o apoio da tecnologia.

“Palhaços líderes brotaram macabros/ No império e nos seus vastos quintais/ Ao que revêm impérios já milenares/ Munidos de controles totais”, diz trecho da música.

Avanço tecnológico

Caetano Veloso comenta que Anjos Tronchos é uma canção que terminou ficando extremamente densa. Ele lembra que hoje o mundo vive mergulhado “num bar de algoritmos”, possibilidades diversas de redes sociais e aparatos tecnológicos que avançam muito depressa.

“Tem muitas canções que tiveram resultados políticos, na formação da cabeça de gerações, de áreas da sociedade, e que não foram feitas por uma pessoa que conhecesse teoricamente a complexidade daquele assunto. Eu terminei pensando: ‘Deu para fazer uma canção que pode ser como uma dessas”, escreveu Caetano, em uma publicação nas redes sociais.

(Reprodução/Instagram)

Segundo o artista, como a canção fala de muitas coisas horrendas, é bonito falar de coisas boas. Caetano se refere ao trecho da música em que ele dedica o verso ao sonho de um poeta de fazer poesia. Ao final, complementa Caetano, ele faz menção à cantora Billie Eilish, que gravou um álbum 100% do quarto do irmão, em 2019. Em “Anjos Tronchos”, o músico escreve que “miss Eilish faz tudo no quarto com o irmão”.

“Como a canção fala de muitas coisas horrendas, é bonito falar de coisas boas. Primeiro falei do sonho de um poeta de fazer poesia visual mais complexa, eu me referia a Augusto de Campos principalmente, e no final, me veio a Billie Eilish. Terminou como uma frase enigmática, mas muito simples”, escreveu, em uma publicação no Twitter.

Assista ao clipe:

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