Em Roraima, 11 municípios decretam situação de emergência por causa das chuvas e das cheias dos rios

Chuvas intensas e cheias dos rios atingem municípios de Roraima (Foto: Divulgação)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

BOA VISTA — Onze municípios de Roraima decretaram situação de emergência por causa da cheia dos rios e por conta das chuvas no Estado. A informação foi confirmada pela Defesa Civil Estadual, que atualizou nesta sexta-feira, 10, o número de municípios afetados pelo fenômeno natural. São eles: Amajari, Cantá, Caroebe, Normandia, Uiramutã Alto Alegre, Bonfim, Pacaraima, Iracema, Rorainópolis e São João da Baliza.

A despeito dos fortes temporais, o órgão esclareceu que não há famílias desabrigadas e nem há a necessidade de montagem de abrigos temporários. As mais de 30 famílias que solicitaram apoio para serem retiradas de suas residências foram realojadas em casa de amigos e familiares. Até o momento mais de 6 mil pessoas já foram retiradas das áreas de risco.

O monitoramento do Rio Branco, que serve como base para o início das ações emergenciais, registrou, nessa quarta-feira, 8, a cota de 7,34m. Com essa cota, o Rio Branco mantém o padrão do verificado nos anos anteriores, quando, nos meses de maio, junho e julho, registrou variação de cota entre 5,63m e 8,50m.

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Em Normandia, das mais de 100 comunidades indígenas, 45 já foram afetadas diretamente pelo problema, podendo esse número chegar a 60. No final de maio, a cidade teve chuvas acumuladas de 349,2 milímetros na estação da ponte sobre o Rio Itacutu, e 238,8 milímetros sobre o Rio Maú, “quantidade de chuva muito acima da média na região” para o período.

Em Uiramutã, a emergência foi decretada porque as chuvas foram responsáveis por erosões na vicinal Caracanã, que dá acesso a comunidades, como a da região Ingaricó, em que os reparos feitos pela secretaria municipal de Obras são desfeitos pelas águas. Ademais, a estrada que dá acesso à comunidade Flexal está intrafegável, deixando a localidade outras próximas isoladas. O mesmo problema ocorre no acesso à comunidade Mutum.

As comunidades estão impossibilitadas de fazer o escoamento agrícola e de se locomover até a sede para comprar alimentos. Por conta das cheias, as localidades ficam desassistidas de atendimentos de Saúde, tanto municipais quanto pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Previsão de chuvas

O boletim climático da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femah) aponta que, em junho, já choveu o equivalente a 59mm somente na capital Boa Vista. Já para os próximos dias, a previsão para todo o Estado é de que algumas áreas sejam atingidas por chuvas próximas de 50mm.

As fortes chuvas ainda devem permanecer nos meses de junho e julho, conforme as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia. O meteorologista da Femarh Ramon Alves explicou sobre a previsão para o Estado.

“A previsão continua sendo a mesma em razão do fenômeno ‘La niña’, que intensifica as chuvas na nossa região. Para os próximos meses é de chuva acima do normal climatológico. O nosso final de período chuvoso é em setembro, ou seja, são seis meses de chuva. Os meses mais chuvosos é justamente junho e julho”, explicou Ramon.

Posicionamento

Em nota, o Governo de Roraima informou que vem atuando diretamente nas ações de resposta e apoio aos municípios e à população frente às fortes chuvas e cheias dos rios e igarapés que atingem o Estado neste Inverno de 2022.

Ressalta que o governo está prestando apoio aos municípios na decretação de situação de emergência, realizando vistorias nas estradas, vicinais, pontes e outras estruturas viárias, acionando os órgãos responsáveis pelas manutenções. O governo também vem atuando no apoio à população atingida, realizando baldeações e retirada de famílias de áreas afetadas.

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