Emoção, surpresas e improvisações clássicas marcam abertura do ‘Amazonas Green Jazz Festival’

Artistas promoveram concertos regados de emoção e surpresas em meio a arte de improvisar característica do jazz (Bruno Pacheco/Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A primeira noite de apresentações da 10ª edição do Amazonas Green Jazz Festival aconteceu nessa sexta-feira, 22, no Teatro Amazonas, em Manaus, com músicos multi-instrumentistas nacionais e internacionais entregando ao público uma estreia revigorante de evento. Com a emoção de rever a plateia no palco mais tradicional e simbólico da Belle Époque, os artistas promoveram concertos regados de emoção e surpresas em meio à arte de improvisar, característica do jazz.

Nomes como o maestro Rui Carvalho, que dirige a anfitriã Amazonas Band e é diretor artístico do evento, o saxofonista Marcelo Coelho, o instrumentista norte-americano Ed Sarath e o pianista porto-riquenho Edsel Gomez, líder do Triumvirate, proporcionaram shows revivendo grandes sucessos do estilo musical que nasceu no final do século 19 e início do século 20, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, e tem ganhado cada vez mais adeptos em solo amazonense.

A primeira noite de apresentações da 10ª edição do Amazonas Green Jazz Festival aconteceu nessa sexta-feira, 22 (Bruno Pacheco/Cenarium)

A abertura do festival, que vai ter 15 apresentações que vão até o dia 30 de julho, contou com o espetáculo “Ritos de Passagem”, de Ed Sarath, que misturou o ritmo norte-americano com a cultura tradicional dos povos Tikuna. Apresentada pela primeira vez em 2008, também no festival de jazz, a composição faz uma homenagem as dez edições do evento e foi rememorada pelo norte-americano, sob a regência do maestro Rui Carvalho, em parceria com Marcelo Coelho e o Corpo de Dança do Amazonas.

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Corpo de Dança do Amazonas (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)

No repertório preparado especialmente para o festival, o concerto levou ainda outros grandes clássicos da Música Popular Brasileira, como a eloquente “Dindin”, composição de Tom Jobim com letras de Aloysio de Oliveira e que já foi interpretada por nomes renomados da MPB, como Elza Soares, Maysa, Gal Costa e Roberto Carlos, sendo uma das músicas mais gravadas no mundo.

Palco cultural da vanguarda

Para o maestro Rui Carvalho, o festival afirma o Amazonas como o palco cultural da vanguarda no País. “Este é, sem dúvidas, o melhor festival de jazz e afirma a posição do Amazonas em relação à cultura brasileira. O evento volta revigorado, fortalecido e repaginado. Tenho certeza que por ser um festival mais longo, ele também é o mais rico do ponto de vista estético e de qualidade artística. É um evento extraordinariamente importante para o cenário cultural do Brasil”, contou.

A grande surpresa da noite foi por conta da participação especial do manauara Luiz Caio. A três dias da estreia do evento, o estudante de música, de 21 anos, substituiu o quarto trombone do Amazonas Band, que foi acometido de Covid-19. O jovem, que vive no bairro Japiim, na Zona Sul de Manaus, estava apenas acompanhando o ensaios do grupo, quando foi convidado para tocar no Amazonas Green Jazz Festival e fez parte do espetáculo.

“Ele tem um enorme talento. O quarto trombone não pôde vir e eu o chamei para fazer o festival. Eu só estou dizendo isso para que todos saibam da profundidade e o significado da cultura e desse festival”, contou o maestro Rui Carvalho.

Estudante Luiz Caio. (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)

Trio latino

A segunda atração da noite foi de um dos pianistas de jazz mais importantes do mundo, Edsel Gomez, indicado ao Grammy Award pelo álbum Cubist Music e que organizou e dirigiu a gravação vencedora do Grammy de Dee Dee Bridgewater, Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie with Love from Dee Dee Bridgewater. O artista se apresentou com o trio de música latina Triumvirate, emocionando o público.

Edsel Gomez (piano), Thiago Alves (baixo) e Cuca Teixeira (bateria) – (Bruno Pacheco/Cenarium)

Juntos, Edsel Gomez, Thiago Alves (baixo) e Cuca Teixeira (bateria), do Triumvirate, começaram sua apresentação no maior festival de jazz da América Latina com um improviso unindo o som dos instrumentos e fazendo com que o público ovacionasse o trio. Entre as canções exibidas pelo grupo, estão o lançamento “Vacina” (Vacuna, em espanhol), que faz reflexões sobre a vacinação contra Covid-19 e que foi feita pelo artista em 2020.

A profissional de Marketing Isa Lucena, que foi pela primeira vez ao festival no Teatro Amazonas, contou da sensação única de prestigiar o evento. Para ela, os espetáculos proporcionaram grandes emoções ao reviver canções e composições clássicas da música nacional e internacional.

“É uma sensação incrível prestigiar esses artistas. Já é uma grande emoção estar nesse teatro, que é um lugar lindo e um dos melhores do Brasil, e com o festival se torna mágico. É fantástico acompanhar esse evento em nossa cidade e espero que o público de todo o País possa vir também aproveitar essa cultura”, declarou Isa Lucena.

As amigas Lidiane Batista (à esq), Isa Lucena (centro) e Gerusa Rocha foram prestigiar a primeira noite do Amazonas Green Jazz Festival (Bruno Pacheco/Cenarium)

Evento

O festival teve sua primeira edição em 2006, auxiliando ainda na formação de estudantes de Música, operadores de áudio, técnicos em manutenção e reparo de instrumentos musicais, além de fomentar o gênero no Amazonas. O evento foi pausado durante alguns anos, mas retornou em 2022 trazendo a importância da sustentabilidade e da Amazônia.

Os ingressos para as apresentações oficiais do Amazonas Green Jazz Festival estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e no site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com) por valores que variam de R$ 15 (meia entrada) a R$ 100.

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