Associação de mulheres Munduruku é depredada por garimpeiros no sudoeste do Pará
March 26, 2021
(Reprodução)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarim
MANAUS – A sede da Associação de Mulheres Munduruku Wakoborũn foi atacada e depredada nessa quinta-feira, 25, em conflito provocado pelo garimpo ilegal na região. A entidade fica localizada no município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, e funciona como espaço de organização contrária às atividades ilegais de mineração.
Segundo relatos de indígenas, o ataque ocorreu em meio a uma manifestação convocada por garimpeiros, cujo protesto era de conhecimento de autoridades locais. De acordo com uma nota de repúdio assinada por 35 entidades, a ação é o resultado de uma escalada de ataques a lideranças e membros das comunidades indígenas Munduruku que se agrava desde 2018.
Sede da instituição foi vandalizada nessa quinta-feira (Reprodução)
“O conflito relaciona-se com a invasão do território Munduruku por parte de garimpeiros ilegais. A região sudoeste do Pará é uma das mais emblemáticas na atuação organizada de grupos garimpeiros, que, além de interferirem na gestão do território Munduruku, também ameaçam a vida e integridade física dos indígenas, especialmente em um momento de especial vulnerabilidade imunológica de comunidades indígenas ao novo Coronavírus”, diz trecho da nota.
Além de repudiarem os ataques sofridos pelas comunidades, as entidades exigem medidas urgentes de proteção ao território, à vida e à integridade física do povo Munduruku. “Destacamos que o governo do Pará e o governo federal têm a obrigação de garantir a segurança e a integridade dos membros do Povo Munduruku, bem como de suas entidades representativas”, conclui a nota.
Destruição
Conforme as imagens compartilhadas pelas redes sociais, a fachada e os móveis da instituição foram destruídos pelos suspeitos, que atearam fogo em documentos da associação. O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação sobre o caso.
Em comunicado, a Associação das Mulheres Munduruku afirmou que há dias imploram pela ação de forças policiais contra o grupo. “Estamos gritando há dias, pedindo para que as forças policiais ajam sobre esse grupo de criminosos que querem devastar nosso território e que ameaçam a nossa própria vida e integridade”, diz a associação.
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