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No interior do Amazonas, rio invade ruas e carros já disputam espaço com canoas
Município enfrenta o período de cheia da maior bacia hidrográfica do mundo (Eliakim Marques)
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April 6, 2021
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – No interior do Amazonas, a cheia do rio Amazonas já invadiu as ruas do município de Itacoatiara, cidade a 270 quilômetros da capital. Os carros já disputam espaço com as canoas em meio à subida rápida do nível da água. Nessa segunda-feira, 6, o nível do rio alcançou a marca de 13,67 metros.
Apesar de ser dez centímetros menor do que a medição recorde de 13,77 metros destacada em 2012, a elevação ainda é considerada pelos pescadores um alerta. Os dados são da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), que acompanha o nível da água na cidade.
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Para o portuário e pescador Fernando Nelson, parte de Itacoatiara começa a mostrar sinais de uma enchente preocupante quando as chuvas se prolongam mais do que deveriam. “Perigo, se continuar assim…”, começa ele, em uma publicação no Facebook.
“É importante entender as razões desse fenômeno para que possa ser elaborada, com certa antecedência, previsões do que ocorrerá, para que possa interferir no sentido de evitar ou diminuir seus efeitos e reflexos, de olho na precipitação das chuvas e sua distribuição até maio”, salientou.
Recordes
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o rio Negro possui apenas 17% de chance de alcançar o recorde de 29,97 metros alcançados em 2012. No entanto, o órgão não descarta a possibilidade. “Por isso, não podemos relaxar nas medidas, pois o nível do rio irá atingir a cota de inundação e afetar as famílias que vivem em áreas próximas do rio Negro”, informou a pesquisadora do CPRM, Luna Gripp, durante live.
O rio Amazonas, ainda conforme o CPRM, tem somente 10% de chance de atingir a cota recorde, registrada em 2009, quando o nível da água chegou a 16,04 metros. A estimativa feita pelo CPRM aponta que o nível poderá alcançar a cota de 14,90 metros em 2021.
O meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Cruz, ressaltou pontos de atenção realizados no primeiro alerta de cheias para os rios Negro e Amazonas, divulgados na semana passada. Para ele, a chuva é um dos principais fatores que afetam a subida dos níveis.
De acordo com o especialista, tem chovido bem mais do que o comum para a região. “O fenômeno La Niña – que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental – também explica o nível de chuva acima da média”, conforme aponta o meteorologista.
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