Encerramento do Uber Eats no Brasil deixa clientes ‘órfãos’ de preços acessíveis e variedades

Entregador com bolsa do Uber Eats (Marcelo Justo)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Uber anunciou nessa quinta-feira, 6, o encerramento das atividades do Uber Eats no Brasil. A partir de 7 de março, a operação de delivery de refeições acoplada ao aplicativo de transportes não funcionará mais no País, ficando ativo apenas o serviço de entrega de supermercado. Com o anúncio, consumidores que faziam uso da plataforma, e até mesmo quem tinha mais preferência pelo Uber Eats, compartilham opiniões sobre o encerramento.

Segundo o Valor Econômico, a liderança do mercado de delivery de restaurantes no Brasil é do iFood, com 70% de participação. A colombiana Rappi segue como principal concorrente do iFood no Brasil com a saída do Uber deste. Além dos comerciantes e restaurantes que utilizam a plataforma, os consumidores lamentam a retirada da ferramenta.

“Uso o serviço desde que chegou por aqui, em 2016. No início, a plataforma não oferecia tantas opções e também não era muito didática, mas os preços e taxas de serviço pareciam mais interessantes que os aplicativos similares. Com a saída do serviço, o cliente acaba ficando mais limitado, principalmente levando em consideração o aumento dos preços dos serviços cobrados por outras plataformas e até diminuição da oferta gratuita de cupons de desconto”, pontua o jornalista Ibrahim Ossame.

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“Das poucas vezes que utilizei o Uber Eats tive um atendimento satisfatório, a entrega veio toda correta, achei a variedade de estabelecimentos grandes, tinha vários que eu não achei nos concorrentes. Fico triste porque gostaria ainda pedir dos lugares que não acho em outros aplicativos”, disse a secretária Lais Souza.

O médico Miguel Lima reiterou a boa experiência com o Uber Eats. “Para mim, o Uber Eats é mais acessível e vai fazer muita falta, pois os outros aplicativos não me dão o retorno. Tive um problema uma vez, com o produto que comprei o motociclista tinha comido. Para mim, segurança é muito e o Eats é melhor”, destacou ele.

Más experiências

Porém, há quem tenha tido também experiências ruins com o serviço e prefira os usar aplicativos concorrentes ao Uber Eats. “Eu sempre tive hábito de pedir comida pronta, principalmente no intervalo do meu trabalho. Pedia muito iFood e Uber Eats, mas eu sentia mais segurança com o próprio iFood. Uma vez, eu pedi da Uber e, simplesmente, o motorista comeu o meu lanche. Liguei no restaurante e o dono me informou que já havia sido a segunda experiência negativa dele, de o entregador ter sumido com o lanche. Um total absurdo”, relembra o biólogo João Pedro da Cruz.

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Mas ele também destaca que o encerramento no Brasil é negativo. “Eu acho ruim, pois, apesar de tudo, isso significa menos trabalho para quem é motorista sério e que precisa da renda. E acho ainda ruim, pois, assim, acabamos ficando reféns de um único aplicativo”, finaliza o biólogo.

Estratégia

A Uber anunciou ainda que vai focar nos principais no segmento de delivery: a Cornershop by Uber, aplicativo que faz entrega de compras de supermercados, atacadistas e lojas especializadas; e a Uber Flash, de entrega de pacotes.

Segundo a Uber, a Cornershop vem se destacando dentro do portfólio, e já está disponível em mais de 100 cidades em todo o Brasil. Em 2021, quase triplicou o número de pedidos. Além disso, a empresa explicou que expandirá o Uber Direct, produto corporativo que permite que lojas façam entregas no mesmo dia para seus clientes.

Por fim, via comunicado, a companhia explicou que vai expandir também produtos para outros meios de transporte, como motos e táxis.

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