Encontro na Ufam incentiva economia feminista de mulheres da Amazônia
Por: Ana Pastana
04 de dezembro de 2024
MANAUS (AM) – Com a participação de mulheres da Amazônia, o 8° Encontro de Estudo Sobre Mulheres da Floresta (EmFlor) teve início nesta quarta-feira, 4, no setor norte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado no bairro Coroado, Zona Leste de Manaus. As atividades contam com minicursos, feiras de exposição de economia solidária de grupos feministas e Grupos de Trabalho (GT).
Promovido pelo Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), o evento é gratuito e estará disponível aos interessados até a sexta-feira, 6, com o objetivo de discutir o desenvolvimento social das mulheres, no âmbito da Ciências Humanas e Sociais, e debates sobre gênero, equidade e ecofeminismo.
À CENARIUM, a professora doutora Iraildes Caldas Torres explicou como as mulheres da floresta estão promovendo geração de renda por meio do que classificou como “reinvenção da economia”. “As mulheres do Amazonas estão fazendo geração de renda, promovendo desenvolvimento social delas próprias e de suas famílias, por meio da reinvenção da economia. Elas estão nos artesanatos, na economia solidária, na economia criativa, estão na gastronomia oferecendo bancas de tacacá. Então essas mulheres, elas se reinventam dentro da economia feminista de uma forma muito interessante, muito criativa que é saindo de casa, arregaçando as mangas e fazendo por si própria a sua economia”, disse.
Artesanatos, grafismo indígena e alimentos, são alguns dos serviços oferecidos pelas mulheres do grupo de economia feministas que participam desta edição do evento. É o caso da pesquisadora Sileusa Natalina, que participa das atividades com cerâmicas feitas por mulheres indígenas da etnia Tukana, do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), distante a 852 quilômetros de Manaus.
Ela afirmou que as cerâmicas seriam inicialmente vendidas no Rio de Janeiro, durante o evento do G-20 Social, ocorrido em novembro. “A gente ia participar do evento G20 Social e as mulheres iriam vendar a cerâmica Tukano lá no Rio de Janeiro. Então, teve algumas coisas que não deram certo e a gente acabou não indo para participar. Então nós estamos aqui com a cerâmica Tukano, feita pelas mulheres indígenas dos povos Tukano, Desana e Pira-tapuya, são as mulheres que confeccionaram essas peças”, disse.
O encontro também conta com a participação de mulheres de outros Estados, como a coordenadora de mulheres do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Maria Nice, que mora no Maranhão. “Nós viemos para esse evento, fomos convidados. Eu sou do Maranhão mas eu faço parte do CNS. A gente veio para somar e fazer com que as nossas propostas do plano projeto dê certo”, afirmou.
Programação
Nessa quinta-feira, 5, no segundo dia de evento, as atividades iniciam a partir das 8h30 com o grupo Pajê Cia de Dança. Em seguida, está prevista uma mesa redonda com o tema: As mulheres da floresta, o ecofeminismo e o meio ambiente, que será mediada pela professora doutora Iraildes Caldas Torres e terá como debatedor o professor doutor Adson Manoel Bulhões da Silva, que atua no campus do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) em Manacapuru (AM), a 68 quilômetros de Manaus. A programação segue durante todo o dia, até às 18h com apresentações de trabalho e banners.
Na sexta-feira, 6, o evento também está previsto para iniciar às 8h com atividade de voz e violão com Sam Rio. Em seguida, acontecerá uma roda de conversa com o tema: As Práticas Umbandistas da Jurema, as Práticas de Cura do Xamamismo Indígena e as Parteiras, com a mediação da professora doutora Maria Audirene de Souza Cordeiro, da Ufam do município de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus).
O 8° EmFlor finaliza às 19h da sexta-feira com um coquetel de encerramento e um show musical com Tatá Jatobá e banda.