Engenheiro de Manaus participou da criação de instituto tecnológico com abrangência nacional

Engenheiro recebeu reconhecimento internacional com os projetos - Foto: Divulgação

Estadão Conteúdo

MANAUS – Em setembro de 2017, o engenheiro e mestre em engenharia Rodrigo Lamas recebeu um telefonema quando se preparava para iniciar suas aulas vespertinas na Fucapi, maior faculdade de engenharia do Norte do Brasil. Era um contato da Flex, multinacional líder global no mercado de fabricação de eletrônicos, que, naquele momento, estava estruturando uma nova unidade do Flex Institute of Technology (FIT), em Manaus. Lamas foi indicado ao gerente executivo da empresa, Ricardo Novelleto, pelo professor Manuel Cardoso, uma autoridade internacional na área de pesquisa e desenvolvimento em engenharia elétrica.

“Ricardo me disse que o professor Manuel havia dito a ele que eu era um profissional extremamente diferenciado, e que eles gostariam muito de contar comigo para o lançamento do FIT em Manaus”, recordou o engenheiro.

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Após passar por um processo seletivo no qual Lamas foi selecionado dentre mais de 40 profissionais, ele foi contratado especificamente por ser um engenheiro internacionalmente e reconhecido por sua extensa carreira na área de engenharia elétrica e eletrônica, e por ter sido o primeiro engenheiro no Brasil a ter a sua atribuição nacional expandida, devido ao mestrado que havia cursado.

“Como aquele era um momento de grande investimento devido ao lançamento do instituto, eu e os demais envolvidos tivemos que nos entregar ao máximo para garantir que aquela seria uma oportunidade diferenciada para todos os profissionais que embarcaram neste desafio”, relembrou Rodrigo

O instituto precisava se diferenciar dos demais na cidade e criar diferenciais competitivos, para conseguir angariar projetos em um ambiente de 40 outros concorrentes já estabelecidos. Isso só foi possível com a vinda de Lamas, que por meio de uma larga experiência em múltiplas áreas de engenharia, como industrial, elétrica e eletrônica e aeronáutica, foi capaz de estruturar todos os pilares para que um instituto de excelência fosse criado em um ambiente altamente competitivo.

“No início tínhamos recurso direcionado ao investimento, muitas vagas para preencher com profissional acima da média e um desejo enorme de estruturar algo muito diferenciado. E foi isso que conseguimos fazer”, contou Lamas.

Devido ao seu reconhecimento nacional como gerente de uma organização multinacional na área de recrutamento de engenheiros, Lamas adicionou isso ao seu conhecimento específico da área de engenharia eletrônica e estruturou um time com cerca de 20 engenheiros do mais alto gabarito. Com isso, os primeiros projetos passaram a ter os recursos humanos alocados juntos aos investimentos.

Com os times já estruturados pela ação decisiva de Lamas, novos projetos puderam ser angariados. O engenheiro, aliando suas habilidades técnicas às suas habilidades de negócios, conseguiu angariar um novo projeto para o FIT junto à Flex e a Motorola, para implementação de automação industrial com sensores de IoT (Internet of the Things) embarcados, que proporcionaram um diferencial competitivo de ganho de produtividade para a Flex.

O reconhecimento jamais poderia ter sido concebido senão pelo conhecimento de Lamas, tanto no aspecto técnico referente à implementação da solução quanto no aspecto de gestão de projetos, por meio do qual o engenheiro conseguiu levantar o orçamento ao longo do projeto e garantir a sua entrega dentro dos prazos de forma diferenciada.

Em paralelo a esse projeto, por conta do seu desempenho, Lamas foi indicado para se tornar o gerente de programas nacional da conta da Microsoft. “Foi uma satisfação para mim receber esse convite e ao mesmo tempo ter recebido uma responsabilidade única”, descreveu o engenheiro.

No programa Microsoft, Lamas ficou responsável pela criação de três projetos. Em poucas semanas, um novo time de 25 profissionais das áreas de engenharia e de ciência da computação estavam recrutados, e três novos projetos se iniciaram.

“A Microsoft nos deu a incumbência de perseguir o desenvolvimento de iniciativas que melhorassem a qualidade de vida de pessoas com deficiências. Rapidamente nos organizamos em torno de projetos que pudessem melhorar a vida de surdos, cegos e pessoas com autismo”, complementou Lamas.

Para os cegos foi desenvolvida uma bengala inteligente que, junto a um sistema de alertas sonoro e integrado a softwares de navegação como o Waze e o Google Maps, proporcionou uma integração muito maior ao deficiente visual com o ambiente em que ele vive. Esta foi a primeira solução apresentada no Brasil capaz de trazer um aumento na qualidade de vida para estas pessoas.

Para os grupos de surdos e autistas, a concentração foi no desenvolvimento de jogos interativos, inicialmente desenvolvidos na plataforma Xbox, mas sequencialmente expansíveis para PC, iOS e Android, com o intuito de melhorar a comunicação com pessoas não-deficientes.

Para os surdos houve um desenvolvimento extraordinário com o jogo VEGA, focado em alfabetizar crianças e adolescentes surdos que desconhecem o português ou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) por meio de um jogo interativo. Este desenvolvimento foi tão significativo que, em 2019, o mesmo foi premiado pela Sociedade Brasileira de Games (SBGames) como o melhor jogo nacional na categoria Serious Games.

Lamas teve uma fundamental participação neste prêmio. O recrutamento da equipe, a gestão das pessoas e a gestão do produto culminaram com este prêmio de reconhecimento nacional.

Após uma intensa jornada, Lamas decidiu seguir em busca de novos desafios. Ele foi convidado para ser diretor de uma das organizações que mais cresce no Brasil no ramo alimentício. Porém, ele não deixa de guardar com carinho enorme o seu legado no FIT.

“Foram dois anos muito intensos e de resultados extraordinários. Tudo que foi feito e todos com quem trabalhei ficarão para sempre em minha memória”, finalizou o engenheiro

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