Entenda como fumaça de queimadas na Amazônia se espalha pelo País
Por: Ana Pastana
21 de agosto de 2024
Registro de fumaça em São Paulo (Reprodução/Roberto Casimiro)
Ana Pastana – Da Cenarium
MANAUS (AM) – A fumaça oriunda das queimadas na região amazônica começaram a se espalhar pelo restante do País e atingem municípios do Sul e Sudeste. Na última semana, imagens que passaram a circular nas redes sociais mostraram o céu, em diferentes regiões do Brasil, tomado por uma massa acinzentada. Entre as cidades afetadas está Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
À CENARIUM, a meteorologista do Inmet Andrea Ramos explicou que a fumaça é levada pelas correntes de vento identificadas como jatos de baixos níveis da América do Sul, que têm a função de transportar umidade da região amazônica para o Sul do País.
Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, coberta por fumaça (Reprodução/Fernando Oliveira)
“Uma vez que começa a incidência de focos de queimadas, essa pluma ou essa fumaça começa a levar-se na atmosfera, ela atinge um determinado nível de altitude e se houver esses ventos eles são transportados e podem não só chegar na Região Sul como também na Região Centro-Oeste”, explicou a especialista.
Além da região amazônica, o Pantanal e países vizinhos, como a Bolívia, também registram queimadas, segundo o MetSul Meteorologia. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que 2.011 focos de calor foram registrados entre os dias 6 a 13 de agosto deste ano, no Estado do Mato Grosso, que corresponde a 35% do bioma.
Imagem mostra chamas consumindo vegetação em área de mata de MT (Divulgação)
A Bolívia, de acordo com o Inpe, registrou 17 mil focos de incêndio entre janeiro e julho deste ano. O número é o maior já registrado para o período.
Emergência climática
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a emergência climática intensificou os incêndios na Amazônia entre março de 2023 a fevereiro de 2024. Ainda de acordo com a pasta, os registros de queimadas se concentram no Sul do Amazonas e ao redor da rodovia Transamazônica, na BR-230.
Entre o período de 19 de julho a 19 de agosto, o Pará lidera o ranking de focos de calor por Estado com 21% do total. Em seguida, aparecem Mato Grosso, com 17.9%, e o Amazonas, com 17.7%.
Focos de queimadas por Estado em agosto (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)
Em 2024, o Amazonas e o Pará, juntos, são responsáveis por mais da metade dos focos de calor por município, apesar de Corumbá, no Estado do Mato Grosso do Sul, liderar o índice com 22%.
Focos de queimadas por município em 2024 (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)
Outras regiões
Nuvens de fumaça também foram registradas na Região Sudeste do País. Em São Paulo, moradores relataram forte cheiro de fumaça. O mesmo aconteceu em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina.
Em uma publicação na rede social X, um internauta registrou o céu encoberto por fumaça e com a visibilidade comprometida.
Internauta mostra céu em Florianópolis (SC) (Reprodução/X)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que a concentração anual média de partículas finas no ar não deve exceder 5 µg/m³ (microgramas por metro cúbico).
Qualidade do ar em Manaus em 10 de agosto (Reprodução/Selva)
Ações do governo
Em junho deste ano, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), solicitou a liberação de R$ 45 milhões para ampliar brigadas de incêndio em 21 municípios que representam 95% do desmatamento e queimadas no Estado.
Em abril, foi deflagrada a Operação Tamoiotatá, no Sul do Amazonas, com o objetivo de atuar na repressão de crimes ambientais. A área concentra cerca de 85% dos crimes de desmatamento e queimadas em todo o Estado.
O Governo do Pará atua contra focos de incêndio florestal por meio da operação “Fênix”. Em 2024, a operação realizou 551 ações de capacitação e 230 ações de prevenção a focos de incêndio.
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