Entenda em sete pontos como lidar com ejaculação precoce e evitar traumas

O tema ainda é tabu para muita gente, mas existem formas de lidar e tratar o problema. (Reprodução)

Com informações do Infoglobo

RIO – No Brasil, cerca de 30% dos homens têm ejaculação precoce, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Mas falar sobre esse tema e suas causas ainda é um tabu para muita gente. A ejaculação precoce está associada a fatores físicos e psicológicos. Existe tratamento e formas de lidar com essa condição. A seguir, tire algumas dúvidas sobre o assunto.

1 – O que é a ejaculação precoce?

A definição básica de ejaculação precoce é quando o homem tem o orgasmo (e ejacula) em até um minuto após a penetração. O problema precisa ser persistente, não pode ser esporádico. O urologista Eduardo Miranda, membro do Departamento de Andrologia da SBU, explica que, além do tempo, é importante que a rapidez esteja associada a um grau de sofrimento – seja do sujeito ou do seu par.

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“Qualquer pessoa pode ter um dia que gozou rápido. Isso é OK. Para se denominar ejaculação precoce, precisa ser persistente, em até um minuto, e com um incômodo – pessoal ou interpessoal”, diz Miranda.

Em termos de comparação, o chamado tempo de latência (tempo da penetração até o orgasmo) gira em torno de seis minutos na população em geral.

Os especialistas dividem a ejaculação precoce em duas categorias:

  • Primária: quando acontece desde o início das relações sexuais e o tempo fica abaixo de um minuto.
  • Secundária: é a ejaculação precoce “adquirida ao longo da vida”. O homem não tinha queixas mas, por algum motivo, começa a ter o orgasmo mais rápido e não alcança três minutos de transa.

Sexo é bom e eu gosto: ejaculação precoce

2 – O problema começa a partir de uma certa idade?

Não existe idade para a ejaculação precoce. Tanto homens mais velhos quanto mais novos podem ter.

Os casos mais graves, inclusive, são nos pacientes mais jovens. Eles começam desde a adolescência. Depois tem um outro pico dos 30 para os 40 anos”, explica o urologista.

3 – Quais as causas?

Nessa doença, as causas são psicológicas. Há alguns casos em que surgem suspeitas para motivações orgânicas, como uma hipersensibilidade da glande (a “cabeça” do pênis), mas sem uma frequência considerável.

“A parte psicológica influencia muito. A ansiedade libera muita adrenalina e essa substância, por exemplo, pode acelerar a ejaculação. Se o cara estiver nervoso, ele vai ejacular mais rápido também. E isso não quer dizer que ele tem o problema. Mas no cenário, em determinadas condições, tudo favoreceu para que ele chegasse ao orgasmo mais rápido”, explica Miranda.

4 – O que fazer?

Segundo Miranda, o homem precisa se conhecer, entender como o corpo dele funciona, o que dá prazer. E também ele precisa conversar com sua parceira/parceiro para alinhar as preferências de cada um.

“É sempre importante avaliar o contexto. Entender o que é normal, respeitar os limites de cada um e explorar o que cada um gosta. Se você goza mais rápido, é importante caprichar nas preliminares, descobrir maneiras de satisfazer seu parceiro/parceira sem a penetração, se adaptar à sua realidade. Por isso que muitas pessoas ejaculam rápido e não estão incomodadas. Se está bom para os dois, está tudo bem”. “Não tem um parquímetro contando quando tempo o sexo está durando”, completa o urologista.

5 – Tratamentos

Os trabalhos mais eficazes são os que combinam as medidas farmacológicas com as não farmacológicas. Segundo o urologista, isso pode aumentar em até 10 vezes ou mais o tempo de latência.

Entre os farmacológicos, existem remédios capazes de alongar o tempo da ejaculação. Geralmente, são da classe dos antidepressivos, que trabalham com os neurotransmissores – serotonina, noradrenalina ou dopamina.

Os médicos também indicam o uso de cremes, gel e até camisinhas com efeito retardante.

“Em alguns pacientes também indicamos fisioterapia, exercício, contrações, relaxamento pélvico. Isso aumenta a consciência corporal. O tempo em geral pode não aumentar, mas ele consegue se controlar um pouco mais”, explica Miranda.

6 – Diagnóstico

Não existe um exame laboratorial específico para diagnosticar a ejaculação precoce. O médico precisa conversar com o paciente. Através desse bate-papo é possível avaliar o tempo que o paciente leva para ejacular, a capacidade do paciente de se controlar e os graus de incômodo.

“Existe um método, padrão ouro, que é o teste do cronômetro. Teoricamente, durante o ato sexual, o parceiro/parceira cronometra o tempo até a ejaculação”, diz o especialista.

Camisinha e masturbação: gatilhos para ejaculação precoce? — Foto: Ascom-SES/Divulgação
Camisinha e masturbação: gatilhos para ejaculação precoce? — Foto: Ascom-SES/Divulgação

7 – Camisinha e masturbação: gatilhos para ejaculação precoce?

Muito pelo contrário. A camisinha tende a retardar a ejaculação e muitos tratamentos, para casos mais leves de ejaculação precoce, usam a camisinha. Por outro lado, a camisinha também gera estresse e ansiedade. “Se o cara tem uma ereção meio ruim, por exemplo, na hora de colocar a camisinha ele vai perder”, alerta o urologista da SBU.

Miranda explica que também é um mito dizer que quem se masturba muito pode virar um ejaculador precoce.

“Na verdade, se você se masturba com frequência, pode até aumentar o tempo, demorar mais para ejacular. Por exemplo, se você se masturbou de manhã e vai transar à noite, pode ser que você até demore mais para chegar ao orgasmo.”

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