Entenda plano da França para construir prisão na Amazônia


Por: Marcela Leiros*

20 de maio de 2025
Entenda plano da França para construir prisão na Amazônia
Projeto do complexo que será construído pelo Ministério da Justiça francês na Guiana Francesa (Handout/Ministere de la Justice/AFP)

MANAUS (AM) – O ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, afirmou, em declarações publicadas no domingo, 18, pelo periódico Journal du Dimanche, que a França planeja construir uma prisão para traficantes de drogas e radicais islâmicos em seu território na Guiana Francesa, em meio à Amazônia.

A unidade será inaugurada em 2028, no município de Saint-Laurent-du-Maroni. O anexo de segurança máxima fará parte de uma prisão de 450 milhões de dólares (R$ 2,5 bilhões) com capacidade para 500 detentos. A construção do presídio está prevista desde 2017, mas a instalação não tinha objetivo de receber prisioneiros de segurança máxima da França continental.

Sessenta vagas, um regime prisional extremamente rigoroso e um objetivo — retirar de circulação os perfis mais perigosos envolvidos no tráfico de drogas“, declarou Darmanin, acrescentando que das 60 vagas, 15 serão reservadas a condenados por radicalismo islâmico.

Minha estratégia é simples — atingir o crime organizado em todos os níveis. Essa prisão será uma salvaguarda na guerra contra o narcotráfico“, disse Darmanin ao veículo francês, durante uma visita à Guiana.

Prisão em antiga colônia penal

A Guiana Francesa é o território francês com o maior índice de criminalidade proporcional à população, com um recorde de 20,6 homicídios por 100 mil habitantes em 2023 — quase 14 vezes a média nacional.

Já Saint-Laurent-du-Maroni é um ponto estratégico devido à proximidade com Suriname e o Brasil. De lá, muitos passageiros tentam embarcar voos para o aeroporto de Orly, em Paris, transportando cocaína — seja na bagagem, seja dentro do corpo.

O município também foi o local do notório Campo Penal de Saint-Laurent-du-Maroni, uma colônia penal que operou do meio do século 19 até meados do século 20. A região abrigou prisioneiros políticos franceses emblemáticos, muitos levados para a Ilha do Diabo.

A prisão funcionou por um século e foi retratada no best-seller francês Papillon, posteriormente adaptado para dois filmes.

(*) Com informações do G1

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