Início » Central da Política » Entenda por que carreira de oficial de Justiça foi extinta no Amazonas
Entenda por que carreira de oficial de Justiça foi extinta no Amazonas
(Foto: Aleam/Divulgação)
Compartilhe:
16 de maio de 2024
Isabella Rabelo – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Os deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovaram na quarta-feira, 15, o Projeto de Lei (PL) 321/2024, de autoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que determina a extinção do cargo de oficial de Justiça no Estado.
O PL foi apresentado no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, e tramitou em regime de urgência. Durante a votação da proposta, oficiais de Justiça que estavam presentes na galeria do plenário vaiaram os deputados estaduais.
Oficiais de justiça na cerimônia de votação (Danilo Melo/Aleam)
Apesar da manifestação contrária, a proposta foi aprovada com votos contrários de apenas três deputados, sendo eles, Daniel Almeida (Avante), Dan Câmara (Podemos) e Sinésio Campos (PT).
PUBLICIDADE
A ação resultou na criação de mais de 400 vagas comissionadas ou efetivas que seriam preenchidas por indicação, para que pessoas possam realizar as funções do cargo sem a necessidade de prestar concurso público.
Na quarta-feira, pela manhã, servidores se reuniram na sede da Aleam para se manifestar contra a decisão. Os opositores argumentam que a Constituição Federal determina a realização de concursos públicos para ocupação de cargos nos Três Poderes, julgando o PL como inconstitucional.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), além de sindicatos e associações de diversos Estados do País, vieram a público para apresentar notas de repúdio à aprovação do Projeto de Lei.
Os cargos agora extintos de Analista Judiciário – Oficial de Justiça e de Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador serão transformados em cargos de Auxiliar Judiciário e Assistente Judiciário.
Profissional
A REVISTA CENARIUM conversou com a secretária da Comissão de Direito Constitucional da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM), Ingrid Godinho, que esclareceu as consequências da extinção da carreira de oficial de Justiça no Estado.
Ingrid Godinho, secretária da Comissão de Direito Constitucional da OAB-AM
Ingrid apontou a preocupação com a capacitação dos servidores que ficarão responsáveis por assumir a função extinta, e levantou questionamentos sobre qual seria o desempenho desses profissionais que não se qualificaram especificamente para tais atos.
“O grande impacto é justamente na celeridade processual, porque o oficial de Justiça cita a outra parte, ele faz penhora, ele faz busca e apreensão, então tudo isso são questões primordiais para o processo, principalmente a citação. Será que não vai causar ainda mais uma demora? Será que isso não vai ser contrário ao princípio da duração razoável do processo?”, indagou.
A secretária ainda falou sobre o direito dos profissionais à indenização, além da possibilidade de que a proposta não vingue futuramente, tendo em vista que ainda se trata de um Projeto de Lei.
“É preciso verificar a questão da indenização, né? Geralmente há uma indenização por ano de serviço, e o cargo extinto não pode ser criado novamente por um determinado tempo”, explicou à redação.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.