Da Revista Cenarium
MANAUS – O Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), lançou nota oficial, na voz da líder indígena Célia Xakriabá, lamentando a primeira centena de mortos indígenas, vítimas da Covid -19, no Brasil.
“Já somos 102. Mortes indígenas no Brasil não são apenas números, são corpos com memórias, histórias e vozes coletivas. A cada indígena que se vai é uma voz que deixa de entoar o canto. É uma mão que deixa de bater o maracá”, diz a líder.
Do luto à luta
A nota é, segundo a APIB, uma alerta para que o Estado brasileiro, assuma postura mais incisiva, na defesa da saúde dos povos indígenas, desprotegidos, na visão da APIB, ante a pandemia do novo Coronavírus.
“Não é somente número, cada corpo Indígena tem uma encantaria ancestral. A cada indígena morto, morre parte da nossa história coletiva. Enterrar um parente pelo genocídio em massa é enterrar mais um corpo que luta por direito. A cada indígena derrubado é uma árvore que é ameaçada”, continuou Célia.
Dados e campanha
Os dados consolidados até o dia 16 de maio mostram que 102 “parentes” (tratamento que os indígenas empregam entre si) morreram e outros 537 foram contaminados pelo novo Coronavírus, afetando diretamente 40 povos de todas as regiões do País.
Aqueles que quiserem ajudar a causa indígena na luta contra a pandemia, podem inscrever-se no seguinte endereço eletrônico: https://bit.ly/quarentenaindigena / Leia mais informações no observatório da @apiboficial http://quarentenaindigena.info
Doações também são bem vindas, via “Vakinha” da APIB, no endereço: https://bit.ly/vakinhaapib.
Compartilhe:
Comentários