Entidades pedem atuação de governos contra incêndios no Pantanal


17 de junho de 2024
Entidades pedem atuação de governos contra incêndios no Pantanal
Imagem aérea mostra incêndio em Pantanal (Reprodução/Agência Brasil)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — Mais de 30 entidades ligadas ao ‘Observatório Pantanal’ assinaram uma carta para que órgãos do Estado solicite apoio internacional no enfrentamento da seca e de incêndios florestais no Pantanal. O documento foi encaminhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além dos governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A carta é assinada por organizações socioambientais na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai. Segundo o documento, o auxílio deve ser solicitado pelo governo ao Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia (CCRE), o núcleo de Proteção Civil do bloco europeu. As entidades justificam que o bioma tem sofrido com a recorrência de incêndios florestais catastróficos, como os que destruíram quase um terço de sua área em 2020. Um outro argumento é que a situação tem se agravado recentemente com grandes quantidades de focos de queimadas ainda no início da estação de seca no bioma.

Em maio, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) alertou que o Pantanal poderia enfrentar neste ano
uma de suas piores secas. As projeções do SGB mostravam que, se nos próximos meses chovesse
dentro da média (160 mm), 2024 poderia ter um cenário semelhante ao ano de 2020, quando o rio
Paraguai atingiu -32 cm em Ladário – estação de referência e com a série histórica mais longa. O
órgão ainda alertou que, em um cenário de chuvas abaixo da média, a situação poderia ser ainda
mais grave”
, diz trecho do documento.

Documento enviado aos governos e instituições pelo Observatório Pantanal (Reprodução)

A coordenadora geral da organização Chalana Esperança, que integra o Observatório Pantanal, Luciana Leite afirmou que é o momento de unir esforços para o enfretamento da situação na região. “O pedido de ajuda tem como principal objetivo unir esforços no enfrentamento ao período de seca e de incêndios que o Pantanal enfrenta. Devemos evitar o risco de vivenciarmos novamente uma tragédia como a que testemunhamos em 2020, do qual o bioma até hoje ainda se recupera”, pontuou.

Os focos de calor no Pantanal neste ano tiveram um aumento de mais de 1.100% em comparação ao mesmo período de 2023. De janeiro até a última quarta-feira, 12, foram registrados 1.632 focos de calor no bioma, conforme dados da plataforma BDQueimadas, o programa de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em 2023, foram 133 focos contabilizados no mesmo período. Os índices deste ano já é a segunda maior em 15 anos.

Queimadas Pantanal em Mato Grosso. (João Paulo Guimarães/Revista Cenarium)

A maior parte dos focos de calor em 2024 está concentrado no Estado de Mato Grosso do Sul, com 60% das ocorrências. Dados parciais do mês de junho mostram que em apenas 12 dias foram registrados 733 focos. “As previsões para os próximos meses também são alarmantes, não apenas diante das mudanças climáticas, mas também de eventos climáticos esperados para 2024, como a transição do El Nino para La Niña que poderá agravar ainda mais a seca no segundo semestre, conforme nota emitida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais”, diz o documento.

O texto ainda relembra que em maio o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) alertou que o Pantanal poderia enfrentar neste ano uma de suas piores secas e que, com o baixo nível de chuvas, o cenário seria semelhante ao de 2020. Na época o Brasil também recebeu recursos da Europa.

Leia Mais: Pantanal tem aumento de 974% nos focos de queimadas em 2024
Editado por Jadson Lima

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