Entidades se mobilizam para garantir presença do público na final do Campeonato Amazonense de Futebol

Matheus Pereira – Da Revista Cenarium

MANAUS – Tentando liberar o público aos estádios para final do Campeonato Amazonense 2021, as diretorias de Manaus FC e São Raimundo, clubes envolvidos na disputa da competição e a diretoria da Federação Amazonense de Futebol (FAF) se reuniram nesta quarta-feira, 12, no Centro Integrado De Comando e Controle (CICC), com representantes do Governo do Amazonas. A solicitação dos clubes e da FAF é de para que a partida decisiva, marcada para o dia 22 de maio tenha cerca de 4 mil torcedores.

Segundo o vice-presidente do departamento cultural, social e cívico Manaus FC, Bismarck Miranda, nessa primeira reunião, os interessados ouviram uma resposta positiva do Estado. “Tivemos uma mensagem positiva em relação à liberação, mas é claro que ainda vão haver vários estudos, vários parâmetros para que sejam estudados e nós consigamos levar o torcedor a esta final. Sabemos que, se eu não me engano, estamos há 18, 19 meses sem público nos estádios”, pontuou.

Miranda também destacou a presença da FAF, representada pelo presidente, Roberto Peggy, que avaliou a reunião. “É uma primeira consulta, uma primeira reunião de avaliação sobre a possibilidade da liberação de público. A federação amazonense apoia tanto Manaus, quanto São Raimundo com relação a esse pleito. E estaremos ajudando na operação, na no que for necessário em relação à informação, aos critérios adotados para que isso aconteça. Ficamos felizes, é uma primeira reunião, não tem nada definido ainda, mas acho que avançamos bastante para que tenha uma possibilidade em breve”, explicou.

Vereadores endossam pedido

Na sessão da Câmara Municipal de Manaus da última terça-feira, 11, o presidente da Comissão Especial de Esportes, vereador Allan Campelo (PSC), propôs que a final do campeonato estadual tenha a presença de público. Campelo aponta que é possível manter os cuidados dentro do estádio. “Eu acredito que dá para manter um distanciamento das cadeiras e não vai aglomerar”.

O vereador Luis Mitoso (PTB), que também é presidente do Manaus FC, afirmou que há uma tentativa de viabilizar a presença de público nos estádios e durante a final da competição e argumentou que em outras situações sociais há certa aglomeração. “Estávamos falando agora pouco de ônibus, que transitam na cidade com 42 passageiros e as vezes você encontra ônibus na cidade de Manaus transitando com 50 ou mais pessoas. São incoerências neste mundo maluco que eu não consigo compreender”, apontou.

Outro vereador que também se posicionou favoravelmente foi Rodrigo Guedes (PSC), que é diretor do São Raimundo. Guedes aponta que para ter ainda mais segurança na realização do evento esportivo, a solicitação de testes negativos também podem ser incluídos e destacou a possibilidade de organização sem aglomerações dentro da Arena da Amazônia.

“Em um estádio que tem capacidade para 45 mil pessoas, nós conseguimos colocar duas, três, quatro, cinco mil pessoas de uma forma muito organizada. Movimentando a economia, gerando o prazer do retorno aos estádios de uma torcida obviamente controlada, organizada do ponto de vista sanitário, da saúde e sem colocar uma pessoa sequer em risco”, afirmou.

Rodrigo Guedes apontou ainda que defende a presença de 10% da capacidade total da arena da Amazônia – cerca de 4.400 pessoas -, mas que outros protocolos também sejam seguidos. São eles: retirada de assentos; distância de três assentos entre uma pessoa e outra e esses três assentos retirados; exigência de testagem para Covid-19 com antecedência máxima de 24 horas; controle pelo governo para evitar aglomerações; fechamento das vias do entorno para evitar aglomerações; exigência obrigatória de máscaras durante todo o período de tempo; controle de entrada e saída e dos horários; equipe ampla do Estado para fiscalização dessas regras.

Eventos com cobrança de ingressos estão suspensos

Na última segunda-feira, 10, o prefeito David Almeida suspendeu até o dia 17 de maio, as concessões de licenças e autorizações municipais para a realização de eventos com cobrança de ingressos. Na capital amazonense a presença de público em eventos esportivos está proibida desde março de 2020, mês em que as competições foram interrompidas por conta da pandemia de Covid-19.

Segundo o Boletim Epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), a média móvel de casos caiu de 2.954 para 2.425, entre o dia 22 de janeiro e o dia 4 de fevereiro. Já no boletim diário da última terça-feira, 11, foram confirmados mais 695 casos da doença e três mortes.

Torcedores também querem a volta aos estádios

Longe das arquibancadas desde março de 2020, torcedores dos clubes amazonense são a favor da volta do público aos estádios. O torcedor do Manaus FC, Mário Affonso Garcia, afirma que o retorno pode ser possível seguindo todos os protocolos de segurança necessários, já que estabelecimentos já tiveram a abertura autorizada e destaca a importância da presença de torcedores para o faturamento dos clubes.

“Está tudo funcionando normal, por que o futebol é o único penalizado? Acho que se bar e festas podem abrir, o estádio também já pode. Já poderia ser liberado até para ajudar os clubes financeiramente. Vejo que hoje se permanecer até o final do ano com portões fechados, acho muito difícil qualquer clube de Série C e D conseguir se manter”, opinou.

Também torcedor do Gavião do Norte, Ygor Freitas também aponta aglomerações que ocorrem em estabelecimentos e meios de transporte, mas ressaltou a responsabilidade dos torcedores de seguir as normas definidas. “Eu sou a favor dessa tentativa de volta ao público, principalmente nessa final, mas sempre atento ao uso de máscaras, evitando aglomerações e se tiver uma organização, eu acredito que pode ser levado à frente. Eu acredito que se o público também tiver consciência, porque não adianta nada tentar algo, se os torcedores não abraçarem a causa”.

Outro torcedor que concorda com o movimento dos clubes é o presidente da torcida organizada ApaixoNaça, do Nacional FC, Natan Castro, que também aponta para o respeito aos protocolos de segurança, como o uso de máscara, álcool em gel e cadeiras demarcadas na Arena da Amazônia e também aponta para a importância financeira. Daria para comportar 10 mil pessoas tranquilamente, e ainda para dividir a renda para os finalistas”.

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