Entrando para a história: artistas celebram catálogo da 1ª Mostra Indígena de Manaus
15 de dezembro de 2021
A iniciativa projeta os artistas indígenas e coloca em pauta a cultura do Estado (Priscilla Peixoto/ Cenarium)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS — Visando valorizar e eternizar o trabalho de artistas indígenas, o Conselho Municipal e Cultura (Concultura) com o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) lançou, nesta quarta-feira, 15, o catálogo da exposição ‘Meu Povo: 1ª Mostra de Arte Indígena de Manaus’ em formato de livro, um registro histórico fotográfico. O evento foi realizado no Palácio Rio Branco, s/n, Avenida 7 de Setembro, Centro de Manaus.
“Esse evento talvez tenha sido o mais importante e simbólico das expressões visuais que aconteceu em Manaus em 2021, pelo tema, resgate, memória. Valorizando e projetando os artistas indígenas e colocando em pauta a cultura da nossa cidade”, celebrou o presidente do Concultura, Tenório Telles.
O catálogo registra o trabalho de artistas indígenas pioneiros como Kawena Maricaua, Otília Waraó e os membros do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi, Ivan Barreto, Cledson Tukano, Carla Dessana, Chermie Ferreira Kokama, Paulo Olivença, Tuniel Mura e Tchanpan Maricaua.
Em meio às fotos dos objetos, quadros e esculturas, o livro conta, de forma resumida, um pouco sobre a perspectiva de cada artista em relação à arte e suas criações que contribuem para riqueza e pluralidade da cultura amazonense rompendo barreiras e abrindo espaço para a diversidade.
Catálogo da 1ª Mostra Indígena de Manaus (Priscilla Peixoto/ CENARIUM)
Oportunidade e gratidão
Para Kawena Maricaua, 33 anos e dedicada ao mundo das artes, a palavra que define o sentimento ao poder participar do catálogo é “gratidão”. Pertencente ao povo Kokama, ela se tornou a primeira mulher de sua etnia artista plástica de marchetaria da Amazônia.
“É gratificante viver essa oportunidade que nunca tivemos antes. Vou continuar me dedicando e espalhando a minha e a nossa arte. Sigamos firmes sem desistir”, ressalta a indígena.
A artista plástica Monik Ventilari, responsável pela curadoria da mostra ao lado do antropólogo João Paulo Tukano, destacou a relevância da iniciativa para o movimento indígena e o mercado das artes visuais. “Que esse registro histórico seja também a divulgação desses artistas e fonte de pesquisa e que todos os artistas, tanto mais novos quanto mais experientes, tenham a mesma oportunidade”, declarou a curadora.
Kawena Maricaua, pertencente ao povo Kokama (Priscilla Peixoto/ CENARIUM)
‘Mostra Meu povo’
A exposição genuinamente indígena, que resultou no catálogo, teve início no dia 15 de setembro deste ano. Durante o período de 40 dias de exposição, a mostra recebeu mais de 260 pessoas de vários países, Estados brasileiros e a maioria moradores de Manaus.
A mostra reuniu diversos trabalhos artísticos, como grafismos ritualísticos antropológicos retratados em quadros de artes urbanas das gerações que vivem na capital. Além disso, também foi possível conferir de perto exposições de culturas, cerâmicas, cestarias e artefatos que remetem a diferentes culturas indígenas, como: Kokama, Tukano, Mura, Tuyuka e Warau.
A programação contou a participação do centro indígena Bahserikowi, que contribui com alguns objetos expostos no evento do povo Tukano, Dessana e Tuyukas do Alto Rio Negro. Para a elaboração do catálogo, o Concultura também contou com a parceria da Fundação Pan-americana para o Desenvolvimento (Padaf).
Catálogo da Mostra de arte ‘Meu Povo’ (Priscilla Peixoto/ CENARIUM)
“Esse catálogo parece uma coisa singela, mas é ultra importante e tão memorável para todos que se envolveram para contribuir para o fortalecimento e integração dos povos”, finalizou a coordenadora Ana Paula Angiole.
Aos que desejarem ter acesso ao álbum, será possível encontrar alguns exemplares na Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, localizada na Rua Costa Azevedo, 216 — Centro da cidade. O catálogo também ficará disponível em algumas escolas municipais e em todas as cinco zonas da cidade. Outro ponto de acesso será no Centro de Medicina Indígena Bashekowi, na Rua Bernardo Ramos, 97 (próximo ao Museu de Manaus), Centro.
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