‘Entre o direito e o acesso’: pesquisa mapeia programas de atenção básica em saúde para mulheres lésbicas e bissexuais no AM

A pesquisa conta com o apoio do Governo do Amazonas e o Programa de Apoio à Pesquisa – Universal Amazonas (Reprodução/Internet)

*Da Redação

MANAUS – Com o intuito de identificar as singularidades quanto ao acesso e atendimento de mulheres lésbicas e bissexuais nos serviços de saúde nos municípios de Manaus, Parintins, Itacoatiara e Manacapuru, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está desenvolvendo um estudo intitulado “Entre o Direito e o Acesso: protoformas de saúde na atenção básica para mulheres lésbicas e bissexuais em quatro municípios do Amazonas”.

A pesquisa conta com o apoio do Governo do Amazonas e o Programa de Apoio à Pesquisa – Universal Amazonas. De acordo com a coordenadora do estudo, professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), doutora Lidiany de Lima Cavalcante, quando o foco é a saúde das mulheres LGBTQIA+ o preconceito e a discriminação também estão presentes, ocasionando um afastamento dessa parte da população das unidades de saúde.

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“Abandonam os serviços de saúde devido ao preconceito e discriminação que sofrem, resultando na falta de prevenção e acarretando quadros de câncer, que poderiam ser evitados com políticas de humanização em saúde, práticas de acolhimento e reconhecimento das diferenças”, pontua Lidiany.

Objetivo e metodologia

O estudo pretende compreender melhor as especificidades referentes a este público e, em simultâneo, preparar e qualificar os profissionais de saúde para um atendimento mais efetivo. O plano é aperfeiçoar essa relação de atendimento e serviço de saúde, por meio do uso de materiais de sensibilização e orientação, junto aos profissionais da rede de atenção básica de saúde nos quatro municípios pesquisados, reunião ampliada.

Conforme a coordenadora, a meta inicial era alcançar, ao menos, 70 mulheres e 150 profissionais, porém, a pesquisa-ação já atingiu mais de 140 profissionais e próximo a alcançar 90 mulheres. Cada profissional de saúde passa por uma entrevista e as mulheres participantes respondem um questionário. Ao final da iniciativa, a meta é ter uma formação específica sobre gênero, diversidade sexual e as especificidades de mulheres lésbicas e bissexuais na atenção básica em saúde, com ênfase em acesso à saúde, exames preventivos de direitos sexuais e reprodutivos. 

“Nosso objetivo é ouvir ambos os representantes, ponderar os resultados e fazer a devolutiva para a sociedade, com uma proposta de formação para os profissionais. Sabemos que a temática da diversidade sexual apresenta-se como tabu, mesmo no século 21, mas precisamos desconstruir esses paradigmas para podermos fomentar a inclusão na atenção básica em saúde”, ressalta a pesquisadora. 

“Apoio para pesquisas efetivas em nossa região”

Lidiany Cavalcante atenta para a importância dos pesquisadores da Região Amazônica e o apoio direcionado às pesquisas e ações realizadas. A coordenadora destaca a relevância fundamental no fomento a essa pesquisa, que se caracteriza por ser inédita, no âmbito brasileiro, como pesquisa-ação de abrangência das Ciências Humanas e Sociais. 

“Gostaria de reiterar a importância do reconhecimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, do âmbito do reconhecimento aos nossos pesquisadores e da aprovação do financiamento dos projetos de pesquisa, principalmente, aqueles desafiadores. O trabalho da Fapeam é de excelência, nesse âmbito, e fundamental para a construção efetiva de pesquisas em nossa região”, considera Lidiany.

*Com informações da assessoria

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