Entre os líderes de mortes por Covid-19 na Amazônia Legal, RO cria dia de homenagem às vítimas
28 de junho de 2021

Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – Desde o dia 24 de junho está em vigor em Rondônia, a Lei nº 5.031 que cria o Dia Estadual de Homenagem às vítimas da Covid-19. O projeto é da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO), sancionado pelo governador Marcos Rocha (sem partido) e a data será celebrada no dia 29 de março de cada ano.
A data alusiva entra no calendário oficial da unidade da federação que tem mais de seis mil mortos pela doença. Rondônia aparece entre os cinco Estados líderes no ranking de óbitos na Amazônia Legal.

Dia de Homenagem
Ainda em forma de projeto e propondo um dia de homenagem a cada ano, a Lei n° 5.031 foi enviada ao executivo pela ALE-RO no início deste mês, sendo aprovada há poucos dias. A data não tem caráter de feriado estadual, mas, entra no calendário oficial como forma de lembrar das pessoas que perderam a vida em decorrência da doença (e pela demora do governo federal para aquisição e distribuição de vacinas).
A data foi escolhida em referência ao primeiro registro de morte pela doença no Estado: uma idosa de 66 anos, que passava por tratamento no Centro de Medicina Tropical (Cemetron), em Porto Velho. O caso aconteceu em 29 de março de 2020.
Vidas perdidas
Na Amazônia Legal, Rondônia é o 5º no ranking de Estados líderes em óbitos causados por Covid-19. São 6.113 vítimas da doença desde março do ano passado até esta segunda-feira, 28.
Ranking de casos e óbitos por Covid-19 na Amazônia Legal
| Posição | Estado | Casos | Óbitos |
| 1º | Pará | 549.528 | 15.406 |
| 2° | Amazonas | 400.781 | 13.271 |
| 3º | Mato Grosso | 445.653 | 11.722 |
| 4° | Maranhão | 315.104 | 8.962 |
| 5º | Rondônia | 246.818 | 6.113 |
| 6º | Tocantins | 196.509 | 3.179 |
| 7º | Amapá | 116.708 | 1.824 |
| 8º | Acre | 85.463 | 1.736 |
| 9º | Roraima | 111.720 | 1.731 |
Meses mais severos
Março foi o mês mais severo da pandemia, em Rondônia, fechando com 1.293 vítimas da Covid-19. Somando com o total de 606 mortes registradas no mês anterior, fevereiro, os dois juntos chegam a quase 1.900 óbitos, número que ultrapassa todo o total acumulado pelo Estado em 2020, primeiro ano de pandemia, quando foram 1.817 mortes.
| Mês | Total de Óbitos |
| Janeiro | 427 |
| Fevereiro | 606 |
| Março | 1.293 |
| Abril | 1.020 |
| Maio | 595 |
Já o mês de abril foi marcado pela superlotação do cemitério Santo Antônio, localizado na capital Porto Velho, chegando ao limite de 95 mil sepulturas espalhadas por seus 250 mil metros quadrados. O cemitério foi aberto em 1975 e hoje é o maior em atividade em Rondônia. No ano passado, foram 777 enterros de vítimas de Covid-19 na unidade, numa média de três por dia.

Agora, em 2021, de janeiro a março, 426 pessoas que morreram em decorrência da doença foram enterradas no local destinado como área exclusiva para mortos pela Covid-19. E, de forma alarmante, em abril, foram mais 242 sepultamentos, mês que acumulou 1.020 óbitos entre as 52 cidades rondonienses. A capital Porto Velho acumula 39% de todas as mortes registradas em Rondônia até agora.
Uma vez mais, sem resposta
Mesmo com grande número de vítimas, Rondônia é um dos 13 Estados, junto do Distrito Federal, apresentando tendência de queda na taxa de mortes, desde o último domingo, 27, de acordo com a média móvel, com uma nova vítima nas últimas 24 horas.
Para falar sobre a aprovação da lei sobre o dia de homenagem às vítimas e sobre o posicionamento do executivo e da Sesau-RO em relação às ações para diminuir os registros de infecção, acelerar a vacinação e, por fim, coibir o aumento de óbitos por complicações da doença, a reportagem da REVISTA CENARIUM procurou a Secretaria de Comunicação do Governo de Rondônia, mas, até o fechamento da matéria, não obtivemos deu retorno.
Edição: Andréa Vieira