Escândalo de Bolsonaro com Covaxin pode ‘contaminar’ reformas na Câmara e Senado

O presidente Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Reformas contaminadas

Além de enfraquecer o governo de Jair Bolsonaro ao trazer, para o centro do furação o seu líder na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o caso Covaxin pode contaminar a agenda de reformas em andamento na Câmara e no Senado. A avaliação é de alguns líderes do Congresso ao comentarem o envio da segunda etapa da Reforma Tributária à Câmara no mesmo dia dos depoimentos dos irmãos Ricardo e Luís Ricardo Miranda. Acuado, o governo tentou engatar uma agenda positiva, mas o efeito não foi o esperado. Na equipe econômica, acredita-se que o risco de as reformas empacarem no segundo semestre por conta da crise política é enorme.

Silêncio ensurdecedor

Bolsonaro, há 3 dias, silencia sobre as denúncias que pesam sobre seu líder Ricardo Barros no “rolo da vacina”, que, confirmadas, podem enredá-lo em crime de prevaricação. Lança mão de mais uma de suas habituais estratégias: fingir que o problema não existe para não precisar agir ou se pronunciar, até porque nada teria a dizer. Foi assim em vários outros momentos graves, como quando o País superou a marca de mais de meio milhão de mortos na pandemia – falou apenas quando foi questionado por jornalistas, a quem respondeu com ofensas. Bolsonaro silencia para outros problemas graves do País, mas não tarda em produzir mais uma cortina de fumaça, que pode ser uma nova “pauta positiva” ou “conspiração” contra seu governo. Vale tudo para abafar o “rolo”.

Popularidade em queda

Ainda contando com a sustentação política do Centrão, o Governo Bolsonaro, se seguir se deteriorando, pode ver esse apoio subir no telhado. Um olho nos desdobramentos da CPI da Covid, outro nas pesquisas de opinião, esses parlamentares fazem movimentos que mostram que o “namoro” esfriou. Pesquisas mais recentes de intenção de voto para 2022 ainda não captaram os efeitos do Caso Covaxin. Mesmo com algumas divergências na distância entre os principais candidatos, elas mostram algumas constatações consensuais: deve haver duelo de rejeições, com Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva bem à frente dos demais. Hoje Lula ganharia de Bolsonaro no segundo turno, mas vale lembrar que até 2022 os ventos podem mudar. Certa será a debandada se a popularidade do governo seguir em queda livre.

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