Escândalo dos ‘fura-filas’, em Manaus, entra na retrospectiva do ‘Fantástico’, da Rede Globo

Gabrielle e Isabelle Lins publicaram a vacinação nas redes sociais (Reprodução/ Instagram)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O periódico eletrônico “Fantástico”, da TV Globo, exibiu na noite desse domingo, 26, a retrospectiva com momentos marcantes de 2021. Entre eles, o programa relembrou o escândalo dos “fura-filas” em Manaus, que implodiu quando as gêmeas Gabrielle e Isabelle Lins, filhas de um empresário da capital amazonense, publicaram fotos nas redes sociais se vacinando quando a imunização contra a Covid-19 teve início no Estado.

A reportagem, que tratou especificamente sobre o poder de influenciar as pessoas a se vacinarem por meio da viralização das fotos nas redes sociais, relembrou o caso que se tornou um escândalo nacional. No auge da pandemia, com muitos registros de vítimas da Covid-19, principalmente, pela nova variante da doença, a P.1, as gêmeas médicas tomaram vacina logo após serem nomeadas para trabalhar na área administrativa de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Manaus.

Retrospectiva lembrou caso dos “fura-filas” da vacinação em Manaus. (Reprodução)

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Formadas no ano passado, as irmãs Gabrielle e Isabelle Lins publicaram sobre a imunização nas redes sociais e foram alvo de ataques. Gabrielle foi nomeada no dia 18 de janeiro — dia em que as vacinas foram enviadas à cidade — como gerente de projeto, com salário de R$ 8 mil.

Na época, elas justificaram, assim como a Prefeitura de Manaus, que atuavam na linha de frente na UBS Nilton Lins, unidade batizada com o nome do pai das duas, o dono da Universidade e das Escolas Nilton Lins. Depois dos escândalos, a juíza Jaíza Pinto Fraxe proibiu que elas, e algumas outras pessoas que também foram vacinadas, como a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, e o secretário municipal de Limpeza Urbana, Sabá Reis, tomassem a segunda dose do imunizante. Porém, as irmãs burlaram a determinação. Gabrielle e Isabelle foram, então, exoneradas.

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O prefeito

As irregularidades identificadas nas aplicações das vacinas contra a Covid-19 resultaram em uma denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na Justiça contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e a secretária municipal de Saúde. Ela tratava sobre as irregularidades na vacinação, destacando o favorecimento de pessoas que não estavam incluídas no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. A denúncia pedia, ainda, que os dois fossem afastados dos cargos.

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) também analisa, até hoje, o pedido de prisão do prefeito de Manaus por peculato e falsidade ideológica. Na época, o desembargador Délcio Santos considerou que o Tribunal de Justiça não havia competência para julgar o caso, mas a Justiça Federal devolveu o processo ao Poder Judiciário local entendendo a competência para julgar essa petição.

Essa não foi a primeira vez que o esquema de fura-filas na vacinação contra a Covid-19 foi destaque em rede nacional. Em janeiro, o Fantástico também exibiu detalhes da investigação do MP-AM que apurava denúncias de pessoas vacinadas que não estavam entre as prioridades.

De acordo com o MP-AM, a prefeitura achou uma maneira irregular de contratar dez médicos às vésperas do início da vacinação e não teve controle de quem deveria ser imunizado.

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A desorganização no plano de vacinação municipal também fez o Governo de São Paulo suspender, na época, o envio de 50 mil doses da vacina CoronaVac contra a Covid-19 que seriam doadas para o Estado do Amazonas. A administração paulista disse que aguardava a apresentação do cronograma de imunização do Estado para doar as doses.

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