Escolas municipais e privadas de São Paulo fecharão até o dia 1º de abril


12 de março de 2021
Escolas municipais e privadas de São Paulo fecharão até o dia 1º de abril
Escolas municipais de São Paulo haviam retomado as aulas presenciais em 15 de fevereiro (Foto: Werther Santana/Estadão)

Com informações do Estadão

SÃO PAULO – As escolas municipais e particulares terão de paralisar as atividades presenciais de quarta-feira, 17, até o dia 1º de abril, segundo anunciou a prefeitura, por causa da piora da pandemia na cidade.

A rede municipal adiantará o recesso de julho, seguindo medida semelhante anunciada pelo Estado. As escolas particulares podem dar férias ou continuar com ensino remoto. A volta está autorizada para 5 de abril, depois do feriado de Páscoa.

O secretário municipal de Educação, Fernando Padula, disse que as escolas da prefeitura estarão abertas a partir da segunda-feira, 15, para explicar sobre o fechamento e oferecer merenda. “A expectativa é que em julho a situação esteja muito melhor e teremos aula presencial, por isso a opção de adiantar o recesso”, explicou Padula. “A rede privada pode adotar outra saída, mas não pode ter aula presencial a partir do dia 17”, completou o prefeito.

No segundo semestre de 2020, a gestão de Bruno Covas também foi responsável por impedir que as escolas públicas e privadas voltassem a dar aulas presenciais, mesmo tendo autorização do Estado. Só foram permitidas atividades extracurriculares.

Neste ano, Bruno Covas mudou o secretário de Educação e colocou no cargo Fernando Padula, com experiência de anos na administração da rede estadual e amigo do prefeito. Padula é um defensor das escolas abertas e durante as negociações demonstrou sua preocupação em um fechamento prolongado da rede. Para ele, era importante que fosse dada uma data de volta para aulas presenciais.

As escolas municipais hoje têm cerca de 1 milhão de alunos, em creches, escolas de educação infantil, fundamental e poucas do ensino médio. É a maior rede municipal do País. Este mês, o sindicato dos professores decretou greve, se dizendo contra a volta presencial. Mesmo assim, muitas escolas reabriram e funcionavam até esta sexta-feira, 12.

Nessa quinta-feira, 11, por causa da piora na pandemia, a rede estadual antecipou os recessos de abril e outubro para este mês, entre 15 e 28 de março. Neste período, as escolas estarão abertas exclusivamente para oferecer alimentação e distribuir materiais e chips (mediante agendamento prévio).

Mas, em coletiva de imprensa, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, sugeriu que as redes públicas municipais seguissem a decisão do governo. “Nós recomendamos para todos os municípios e redes privadas, atividades sejam realizadas aquilo que seja realmente necessário. Se puder fazer a distância, faça a distância”, diz.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou que todo o Estado estará em “fase emergencial” entre a próxima segunda-feira, 15. A nova classificação prevê restrições a 14 atividades, impactando cerca de 4 milhões de trabalhadores formais diariamente, de acordo com o governo.

Entre elas, está a suspensão do funcionamento presencial de lojas de construção e de eletrônicos, a realização de celebrações religiosas coletivas e de partidas de futebol, a obrigatoriedade de home office para escritórios e o fechamento de órgãos públicos.

A decisão de Covas de suspender as aulas presenciais nas escolas desagradou o sindicato dos colégios particulares. “O que podemos fazer é nos indignar e falar para ele (Bruno Covas) arrumar um lugar para deixar essas crianças, pegar os filhos dos profissionais de saúde e levar para a casa dele porque eram essas crianças que queríamos atender”, disse o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro. 

Ribeiro teme que, com a suspensão das atividades presenciais nas escolas, as famílias acabem buscando soluções arriscadas como as chamadas “mães crecheiras”, mulheres que tomam conta de crianças, mas não têm formação para essa atividade. Ele também diz que escolas de educação infantil podem ter queda de matrículas com a decisão. “Na educação infantil, se a escola para as aulas perde alunos”, finaliza o presidente do Sindicato.

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