‘Escudo de Palha’: PF investiga desmatamento em Terra Indígena no Mato Grosso

Segundo as investigações, madeireiros estariam aliciando lideranças indígenas para a retirada da madeira de forma ilegal (Divulgação/PF)

Com informações da assessoria

Cuiabá/MT – A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 12, a Operação Escudo de Palha, para investigar o desmatamento ilegal na Terra Indígena Menkragnoti, nas proximidades da aldeia Kotori, no município de Peixoto de Azevedo/MT. A ação faz parte do programa ‘Guardiões do Bioma’.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Sinop/MT, nas cidades de Matupá, Guarantã do Norte e Peixoto de Azevedo, no Estado de Mato Grosso, além da cidade de Iporá/GO.

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A investigação teve início em fevereiro de 2022, após denúncia recebida pela Funai de Cuiabá/MT, relacionada à extração ilegal de madeira na Terra Indígena. Segundo a denúncia, nas proximidades da aldeia, havia cerca de dois mil metros cúbicos de madeiras cortadas e prontas para serem retiradas. Ainda que os madeireiros da cidade de Peixoto de Azevedo/MT tivessem cooptado as lideranças indígenas da aldeia Kororoti, ofertando cerca de R$ 70 mil para a retirada dessa madeira.

Com base na denúncia, no mesmo mês, foi realizada uma ação conjunta entre Polícia Federal, Sema, Ibama e Dema, que se deslocaram até o local e detectaram, após sobrevoo de helicóptero, o desmatamento e a existência de madeiras cortadas.

Na ocasião, dentro da Terra Indígena e nos seus arredores, foram realizadas apreensões de arma e veículos pelo Ibama. Devido às condições de conservação dos veículos, associado ao fato de que os locais em que foram encontrados serem de difícil acesso e com a finalidade de cessar o crime ambiental, os mesmos foram inutilizados.

Os mandados cumpridos nesta terça-feira têm foco nos possíveis participantes dos crimes, dentre eles, madeireiros e uma liderança indígena.

Os investigados podem responder pelos crimes ambientais de desmatamento e óbice à ação fiscalizadora do Poder Público, com penas de até 4 anos de reclusão e 3 anos de detenção, respectivamente, e associação criminosa, com pena de até 3 anos de reclusão, dentre outros crimes.

O nome da operação, Escudo de Palha, é decorrente da aparente proteção que os indígenas locais empreendiam em favor da floresta, quando, na verdade, a proteção era facilmente sobrepujada por suborno em favor de liderança local.

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