A Coalização Ciência e Sociedade é formada por 15 cientistas da Universidade de São Paulo (USP) que trabalha na divulgação de informações científicas na área socioambiental, buscando subsidiar a avaliação de políticas públicas no Brasil. De acordo com o doutor em Física e um dos maiores especialistas mundiais em meio ao ambiente amazônico, Paulo Artaxo, é preciso usar a ciência para ajudar no combate à fome, que já atinge pelo menos 19 milhões de pessoas em todo o País.
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“Nós temos que, além de fazer ciência, fazer ciência cidadã, ajudando a mitigar esse problema muito grave que temos hoje, que é problema da fome que está batendo de volta nas portas das famílias brasileiras”, destacou o cientista que é professor do Instituto de Física da USP.
Contribuição
De acordo com a jornalista e editora do formato impresso da REVISTA CENARIUM, Márcia Guimarães, a importância de ter o material repercutido é imensa, assim como contar as histórias de pessoas que sofrem com a miséria e a fome. A responsável pelo conteúdo também deu ênfase à seleção de imagens sob curadoria do fotojornalista internacional Ricardo Oliveira, bem como a composição das artes e projeto gráfico do designer Hugo Moura.
“São milhões e milhões de brasileiros passando fome e, como ressaltamos na reportagem, para cada número, há uma dor, um sofrimento. Se o nosso trabalho jornalístico puder contribuir de alguma forma para uma causa tão urgente como essa, já terá valido todo o nosso empenho. Me sinto feliz, com o sentimento de missão cumprida, porque, quando nossa reportagem serve para embasar uma campanha como essa, significa que estamos cumprindo com o nosso papel social, enquanto veículo de comunicação”, lembrou a jornalista.
Volta ao mapa da fome
Em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome, uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) que leva em conta os números mais atuais dos países. Só entram no mapa países com mais de 5% da população em pobreza extrema, levando em conta anos anteriores. O País não apareceu no último mapa, pois os dados usados são anteriores aos divulgados pelo IBGE no final de 2020 e apontavam 10,3 milhões de pessoas na extrema pobreza no País, o equivalente a menos de 5% da população.
Agora, com 13 milhões na extrema pobreza, o que equivale a 6% da população, o Brasil já estaria incluído no critério para voltar ao mapa. “A pandemia, claro, piorou a situação da fome, mas a verdade é que de cinco anos para cá está havendo um desmonte e quando a gente ainda tem um auxílio emergencial medíocre que chega atrasado, isso piora ainda mais a situação exatamente daquela camada da população que mais precisa de ajuda”, apoia Daniel de Souza, presidente do conselho da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida.
Miséria na Amazônia Legal
A reportagem da CENARIUM apontou que, até 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,8 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza na Amazônia Legal, com menos de R$ 30 por dia. Os dados apontaram ainda que 3,6 milhões de pessoas já viviam na extrema pobreza, sustentando-se com menos de R$ 10 por dia. Agora, com a pandemia, a situação piorou.
Os números são ainda mais assustadores quando se calcula que as 11,8 milhões de pessoas da Amazônia que vivem na pobreza equivalem a 43% da população estimada de 29 milhões de habitantes dos Estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Os que enfrentam a extrema pobreza, 3,6 milhões, compreendem 13% da população total, segundo IBGE.
Maranhão, Amazonas e Pará, nesta ordem, são os Estados da Amazônia com maior número de pessoas com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha da pobreza. No Maranhão, está nessa condição 52% da população. No Amazonas, são 47%, e no Pará, 44%. Juntos, estes Estados abrigam 9,4 milhões de pessoas vivendo na pobreza e, individualmente, apresentam índices que giram em torno da metade dos habitantes.
Como doar
A campanha listou diversas ONGs espalhadas por todo o Brasil – que recebem doações de alimentos e trabalham na distribuição junto às populações vulneráveis – para receber as contribuições. Na região Norte, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o Instituto Tchibum foram as selecionadas. As outras ONGs escolhidas podem ser conferidas neste link.
Divulgação
Um vídeo de divulgação foi publicado pela agência de comunicação Essentia Comunicação, do Rio de Janeiro, que produz conteúdos “de forma transparente, com seriedade, responsabilidade e profundo respeito pelo planeta”. A empresa é especialista em produzir textos, webinários, imagens, fotos, vídeos e ilustrações e afins para reportagens para mídia nacional e internacional, Marketing Digital, Planejamento Estratégico de Comunicação, entre outras.
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