ESPECIAL | Economia para o amanhã – Força que vem da floresta

Com uma economia forte baseada na floresta é possível preservar e dar continuidade à fauna e à flora (Ricardo Oliveira/Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Cenarium

MANAUS – Carlos Koury, diretor-técnico do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) da Zona Franca de Manaus, afirma que com uma economia forte baseada na floresta é possível preservar e dar continuidade à fauna e à flora, mantendo a expectativa que o Brasil tem referente à conservação da Amazônia.

O café de Apuí, os óleos de copaíba e andiroba, o nibs de cacau e o chocolate amazônico estão entre os bioprodutos desenvolvidos na Amazônia (Ricardo Oliveira/Secom)

“Nós temos bons exemplos de economias que já aconteceram a partir da floresta e até impactaram o mundo de uma forma muito positiva. O melhor exemplo é a borracha, mas a economia não se movimenta mais para a região amazônica. Temos boas indicações locais que mostram o potencial amazônico, a biodiversidade como um acervo para o manejo, para a oferta de soluções para o mundo, que está mais disponível para esse formato de atuação”, realça Carlos Koury.

PUBLICIDADE

Veja também: ESPECIAL | Economia para o amanhã – caviar, açaí e cocão

O Idesam é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que atua em Manaus há 17 anos. Atualmente, o órgão está presente também em 11 municípios do interior do Amazonas. Carlos Koury salienta que o instituto tem três linhas de atuação voltadas para os temas: a organização territorial e políticas públicas, auxiliando governos e comunidades; projetos de campo junto a comunidades, com a promoção do desenvolvimento de cadeias, como óleos vegetais, essências, madeira e café; apoio ao ecossistema de negócios de impacto social e ambiental na Amazônia.

“A gente não pode ficar no maior berço de biodiversidade [do mundo], de potenciais produtos e não converter isso em benefício próprio, porque a região da Amazônia representa só 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e converter isso seria uma excelente oportunidade agora, no momento em que estamos, visto que temos muito conhecimento acumulado”, frisa.

Tecnologia como benefício

O desenvolvimento tecnológico na Amazônia atrelado à conservação da floresta pode trazer inúmeros benefícios, tanto para o mundo quanto para as comunidades que vivem na região. Segundo Koury, no sistema agroflorestal, por exemplo, o produtor rural consegue um aumento de receita de até 300%, graças à prática da produção sustentável com a bioeconomia.

“Funcionar com essa facilidade de gerar recursos a partir da floresta é uma missão que se tem no momento e você pode gerar números muito importantes. Por exemplo, um litro de óleo de copaíba, que normalmente no mercado não organizado fica em torno de R$ 10 a R$ 20, no mercado organizado, junto com as comunidades e suas associações, o litro desse óleo sobe para R$ 30 a R$ 70. A floresta é o ativo econômico do produtor rural, do morador da Amazônia e ele precisa conseguir monetizar esse processo”, conclui Carlos Koury.

Carlos Koury, diretor-técnico do Idesam, mostra bioprodutos produzidos na Amazônia (Ricardo Oliveira/Cenarium)
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.