Especialista ressalta importância histórica da elevação do Amazonas à categoria de Província

Praça e Estátua Tenreiro Aranha, em Manaus (Reprodução/Internet)
Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – Celebrada no dia 5 de setembro, a data que elevou o Amazonas à categoria de Província ainda deixa apagada algumas histórias que a população desconhece. Em entrevista, o historiador Cleomar Lima ressalta a importância histórica que a data carrega e o que levou a data se tornar feriado estadual.

Cleomar explica que em 1621, durante a União Ibérica, existia duas colônias portuguesas, uma era o Norte, chamada de “Estado do Maranhão e do Grão Pará” e a outra seria o Brasil. “Não era somente uma colônia, não era só um Brasil. A primeira colônia foi a capital era São Luiz, mas foi somente depois que a capital passou a ser Belém”, destacou.

O historiador ressalta ainda que, em 1750, o então rei de Portugal, Dom José I, tinha um ministro conhecido como Marquês de Pombal, que resolveu o problema de limite, o chamando “Tratado de Madri”. “Para fazer o limite precisava fazer a fronteira e para fazer a fronteira tinha que ter o Estado, aí ele resolveu fazer o Estado do Grão Pará e criar a capitania de São José do Rio Negro, mas o Estado do Grão Pará era uma província, mas ele criou mesmo assim”, ressaltou.

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Separação

“A separação não aconteceu nesse período e durante a Independência do Brasil é preciso lembrar que ainda não era Brasil, então o Pará não aceitou fazer parte do Brasil, então o Dom Pedro I mandou forças legalistas reprimir e anexou o Pará à região do Brasil e deixou na Constituição tudo como era antes, ou seja, a gente continuou preso ao Pará”, explicou.

Cleomar relembra também que, em 1826, o deputado paraense chamado Dom Romualdo Antônio Seixas, conhecido como Marquês de Santa Cruz, fez o primeiro projeto para criação da província, mas é preciso lembrar que o nome ainda não era Amazonas, o nome era Rio Negro. “Ele fez o projeto, mas ele foi engavetado. O projeto passou sete anos no Senado e sempre alegavam que aqui não tinha condições econômicas”, explicou.

“João Batista de Figueiredo foi até o Senado e explicou a necessidade da criação da província, pois era preciso abrir o Rio Amazonas para a navegação internacional. Havia uma briga pela abertura do rio da prata. Então, para abrir o rio e para ficar de olho na extração da borracha, era preciso criar um governo local. Então, o Senado aprova e a Lei é mandada para a sua majestade Dom Pedro II, que no dia 5 de setembro de 1850, por Lei imperial, cria a chamada Província do Rio Negro e depois passou a se tornar Amazonas”, explicou Cleomar.

Curiosidades

Muita gente não sabe, mas Cleomar ressalta que o obelisco que fica atrás do relógio municipal, localizado no Centro de Manaus, é um monumento histórico e ele representa para os amazonenses um marco da história, que foi quando a Vila da Barra do Rio Negro, no dia 24 de outubro1848, passou a se chamar cidade da Barra do Rio Negro.

“No dia 4 de setembro de 1856, o nome cidade da Barra do Rio Negro passou a se chamar Manaós. Já o relógio foi construído em uma época muito difícil, em um momento de crise da borracha, no ano de 1927”, explicou.

O historiador destaca que a área do relógio municipal, localizada no Centro de Manaus, que é consagrada do Porto da capital até o Teatro Amazonas, foi tombada pelo Patrimônio Histórico. “Existem verbas para preservação, manutenção daquela área”, finaliza.

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