Especialistas apontam que vitória de Biden tem impacto positivo para Amazônia

Uma das primeira medidas favoráveis ao meio ambiente, deve ser a voltas dos EUA ao tratado de Paris. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Vinícius Leal – Da Revista Cenarium

MANAUS – A eleição do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos decretada neste sábado, 7, deve influenciar positivamente a política mundial de defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, é o que avaliam especialistas entrevistados pela CENARIUM. Em corrida eleitoral acirrada, Biden derrotou o atual líder republicano, Donald Trump, que mantinha posicionamento desfavorável à proteção da biodiversidade do planeta.

“O Trump representava um discurso negacionista das mudanças climáticas. Sendo anticientífico e contrário à mobilização socioambiental no Planeta inteiro. Temos grandes desafios no mundo sendo colocados à prova e o principal deles é aquecimento global, uma realidade que já vivemos nos dias atuais”, ressaltou o ambientalista e geógrafo, Carlos Durigan, diretor da Associação Conservação da Vida Silvestre.

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Segundo ele, a não reeleição de Trump tem impacto positivo na política global sobre meio ambiente. “Sabemos que os Estados Unidos são um país com forte poder econômico e esperamos que essa mudança possa trazer uma melhor postura do novo líder sobre as agendas de desenvolvimento socioambiental, algo mais sustentável e menos degradante”, reforçou Durigan. “De fato pode ser positivo para todos e, inclusive, para os países amazônicos”.

Gestão ambiental

Derrotado nas urnas, Donald Trump mantinha desde o início da gestão dele diversas campanhas contrárias à defesa do meio ambiente. Uma das primeiras medidas governamentais, ainda em 2016, foi retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, um tratado que determina iniciativas às nações signatárias para mitigar causas e efeitos do aquecimento global.

“A eleição do Biden muda radicalmente o cenário internacional sobre meio ambiente. Um dos compromissos dele é voltar ao Acordo de Paris e impulsionar uma economia verde no mundo, com investimentos em energia solar, energia eólica e outras estruturas sustentáveis”, afirmou o ambientalista Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e mobilizador internacional em defesa da Amazônia.

Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA na gestão Barack Obama, foi categórico em externar uma inquietação com a Amazônia durante a campanha eleitoral. Por conta da região que nos últimos anos vêm alcançando números recordes de devastação, o democrata chegou a afirmar que mobilizaria toda a comunidade internacional, caso o Brasil não tomasse medidas necessárias a favor da floresta.

“Biden foi explícito em externar preocupação com o desmatamento da Amazônia. Ele tem a intenção de mobilizar um fundo para ajudar países a diminuir o desmatamento. A eleição dele com certeza é positiva para o meio ambiente em geral e principalmente para as florestas tropicais, como a nossa floresta amazônica”, reforçou Virgílio Viana.

O ambientalista José Coutinho, do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), foi mais pessimista e nacionalista quanto à influência da eleição de Joe Biden para a Amazônia. “Ele não tem autonomia sobre isso. Esse tipo de fala dele, como se a nossa Amazônia fosse deles, precisa ser repudiado. Nós, brasileiros, que devemos ditar as regras sobre o nosso patrimônio natural”, finalizou.

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