Especialistas avaliam impactos de demissões de comandantes das Forças Armadas para Amazônia
31 de março de 2021
Bolsonaro com o ministro da Defesa e os novos comandantes das Forças Armadas. (Reprodução/Facebook)
Jennifer Silva – Da Revista Cenarium
MANAUS – Especialistas entrevistados pela CENARIUM nesta quarta-feira, 31, avaliaram os impactos das demissões de comandantes das Forças Armadas para a região amazônica. Na terça-feira, 30, os comandantes da Forças Armadas, Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa Junior, da Marinha, e Antonio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica, entregaram os cargos, em consequência da demissão de Fernando Azevedo e Silva, agora ex-ministro da Defesa.
De acordo com a cientista política Denise Coelho, a troca de comandos pode refletir negativamente em operações realizadas pelo Exército na região. “A Amazônia é estratégica ao combate, onde o Exército cumpre o seu papel de proteção ao tentar evitar o tráfico de drogas, armas e de pessoas. O receio é prolongar essa crise e os efeitos refletirem no enfraquecimento dessa proteção”, disse inicialmente.
“Os reflexos do governo federal para a região amazônica já acontecem, independentemente da reforma ministerial. Medidas duras contra a Zona Franca de Manaus, fronteiras sem apoio militar, aumento da pobreza no interior da Região e pouca sintonia no combate à pandemia da União com os governantes do Norte. A contribuição do governo federal com a região ainda é muito tímida e essas mudanças indicam que isso não vai mudar”, explica o advogado e cientista político, Carlos Santiago.
Vantagens
Denise explica ainda que a nomeação feita nesta quarta, 31, de Paulo Sérgio Nogueira para o Exército pode ser considerada vantajosa. “A nomeação do general Paulo Sérgio, que já foi comandante do CMA pode ser vantajosa. Ele é uma pessoa que tem conhecimento da região, o que pode dar uma noção do que ele vai enfrentar aqui na Amazônia”, esclareceu a especialista.
Carlos Santiago explica que os conflitos na gestão de Bolsonaro sempre existiram e sempre existirão. “O governo está com baixa aceitação popular, a economia parou, a pobreza cresceu e o País tem relacionamento precário com muitos países, como a China. Há conflitos até na hora de fazer mudança nos governos e, na maioria das vezes, são expostos na opinião pública”, afirma.
Segundo Carlos Santiago, os reflexos do governo federal para a região amazônica já acontecem. “Independentemente da reforma ministerial, medidas duras contra a Zona Franca de Manaus já são tomadas. Temos fronteiras sem apoio militar, aumento da pobreza no interior da região e pouca sintonia no combate à pandemia da União com os governantes do Norte. A contribuição do governo federal com o Amazonas e com a região ainda é muito tímida e essas mudanças indicam que isso não vai mudar”, afirmou.
Operação AmazonLog junta Brasil e Estados Unidos na floresta (Reprodução/ Internet)
Novas comandantes
Nesta quarta-feira, 31, o novo ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, anunciou os novos comandantes das Forças Armadas: do Exército, da Marinha e da Aeronáutica: general Paulo Sérgio Nogueira; almirante de esquadra Almir Garnier Santos; e tenente-brigadeiro Baptista Júnior. Após uma troca sem precedentes nas Forças Armadas por pressão do presidente Jair Bolsonaro, o ministro disse que os militares estão comprometidos com os poderes constitucionais e as liberdades democráticas. Braga Netto afirmou que “os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o País precisar”.
“A Marinha do Brasil, o Exército brasileiro e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis as suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas. Neste dia histórico, reforço que o maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e a liberdade do seu povo – declarou o ministro, enaltecendo a data que marca o aniversário do golpe militar”, afirmou o ministro da Defesa.
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