Queda de IDH aponta que governo Bolsonaro precisa investir mais em Educação

Desigualdade é percebida em escola do Nordeste brasileiro (Reprodução/ Internet)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Brasil, em 2019, teve um leve aumento, mas o resultado é insuficiente para promover um avanço do País no ranking global. Diante disto, especialistas ouvidos pela REVISTA CENARIUM apontaram, nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa fazer grandes investimentos na educação para que volte a ter destaque positivo na colocação.

Os dados do IDH Brasileiro foram divulgados nesta terça, e mostram que o País perdeu cinco posições em um ano, saindo de 79ª colocação para 84ª entre 189 nações avaliadas.

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É avaliado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e a renda. Na avaliação de 2019, o IDH do Brasil ficou em 0,765, ante 0,762 em 2018, um acréscimo de 0,39%. No ano anterior, o índice foi de 0,761.

O sociólogo Clayton Rodrigues explicou que a perda de posição está relacionada aos requisitos avaliados pelo PNUD expectativa de vida, anos de escolaridade e a renda per capita do Brasil, que vem caindo já há alguns anos e que não tem um crescimento per capito satisfatório e não reflete de fato o que o País tem de infraestrutura como base de economia e que o Brasil possui vários problemas e que a desigualdade social, regional, econômica, cultural e racial são as principais entraves que paralisam o Brasil e defendeu mais investimentos na Educação.

“Todos os projetos do governo são paliativos, não temos de fato um projeto educacional que leve a ideia de que nós buscamos o desenvolvimento de uma nação por meio da Educação. Nós temos várias experiências e acúmulos de que não apresentam um projeto sério, um projeto de desenvolvimento por meio da Educação. Um projeto nacional e nós não temos e que mudam de acordo com os grupos que estão no Poder”, afirmou Clayton.

Já o sociólogo Helso Ribeiro afirmou que o Brasil não vem fazendo o dever de casa e por isso que está sofrendo queda no ranking global do IDH. Segundo ele, a desigualdade social é imensa e o Brasil ainda vive no sistema de “Casa Grande”, quando haviam senzalas de escravos. Além disto, Helso citou que esse IDH vem corroborar com um texto de um economista brasileiro que faz uma pequena crítica ao dizer que “o Brasil parece uma Belíndia, comparando o País à Bélgica e à Índia”.

Resultados

A análise da composição do IDH revela um País com alta expectativa de vida ao nascer: 75,9 anos em 2019. O incremento foi de 0,2 em relação a 2018. Em 1990, essa expectativa era de 66,3 anos.

Já os anos previstos de escolaridade estão estagnados desde 2016, em 15,4. A média dos anos de escolaridade teve um leve aumento, de 7,8 para 8.

O País “patina” na renda per capita da população, sem conseguir equiparar os ganhos alcançados em 2010. Naquele ano, a renda per capita anual alcançou US$ 14.409. Caiu em 2016, e não mais se recuperou aos níveis alcançados.

Em 2019, ficou em US$ 14.263, um aumento de 0,5% em relação a 2018. O PNUD tem instrumentos para calcular perdas de desenvolvimento humano em razão de desigualdades em um País. Para isso, criou um indicador chamado IDH-D, que faz ajustes no IDH a partir de fatores de desigualdade.

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