Estados da Amazônia registram queda em matrícula escolar
Por: Ana Pastana
26 de fevereiro de 2025
MANAUS (AM) – Os Estados do Amapá e de Roraima aparecem com baixas frequências escolares em comparação às demais Unidades da Federação (UF). Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Educação”, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 26. O estudo também mostrou que o Maranhão, na região Nordeste, tem a menor proporção de pessoas com nível superior completo.
De acordo com os dados divulgados pela pesquisa, o Amapá tem a menor taxa de frequência escolar em creche entre as faixas etárias de 0 a 3 anos e de 4 a 5 anos. Os números apontam que, entre crianças de 0 a 3 anos de idade, apenas 12,0% frequentam a escola ou creche. Já entre a população de 4 a 5 anos de idade, o índice é de 65,0%.
O Estado de Roraima também aparece em destaque com a menor taxa de frequência escolar entre diferentes grupos de idade. Segundo os dados, entre jovens de 18 a 24 anos de idade, apenas 24,0% frequentam a escola. Já as primeiras colocações no ranking pertencem ao Distrito Federal e a São Paulo, respectivamente.
Para o cientista político e advogado Valdir Pucci, os números baixos de matriculados na região Norte revelam as dificuldades sociais causadas pela própria geografia. Ele afirma que o Norte sempre foi marcado pelos grandes vazios demográficos e pelas dificuldades de locomoção, que impactam até mesmo o fornecimento de recursos essenciais ao desenvolvimento da educação, como infraestrutura de transporte e comunicações.
“É diferente, por exemplo, de regiões como o Centro-Sul ou Sudeste, onde a própria infraestrutura facilitava esse acesso à educação. Além disso, precisamos lembrar que educação não é só ter escola, mas também depende do transporte e da chegada da tecnologia para o desenvolvimento dessa educação”, afirmou o cientista.
Nível Superior
Em relação ao nível Superior entre pessoas com 25 anos ou mais, o Maranhão é o que apresenta a menor proporção em comparação às Unidades da Federação, com 11,1%. A pesquisa aponta, ainda, que o Estado maranhense permanece na mesma posição do Censo 2000, quando apresentava apenas 1,9% da população com 25 anos ou mais com Ensino Superior completo.
As capitais Belém (PA), São Luís (MA) e Manaus (AM) aparecem nos indicadores do número médio de anos de estudo das pessoas, ou seja, a quantidade de anos de escolaridade que uma pessoa completou, considerando grupos de idade, sexo, cor ou raça.
A capital paraense tem uma média de 12,0% de pessoas brancas com maior número de anos de estudo. Já a população preta tem 10,3%, a população amarela, 13,3%, a parda, 10,7% e a indígena, 9,8%. A capital do Maranhão, São Luís, possui uma média de 12,0% de pessoas brancas com anos de estudo. Já a população preta tem 10,7%, a amarela, 11,6%, a parda, 10,8% e a indígena, 10,6%.
Entre as três capitais, Manaus tem a menor porcentagem em comparação com as outras capitais da Manaus, entre as três, tem a porcentagem menor em comparação as outras capitais da Amazônia Legal citadas acima. O percentual de pessoas brancas com maior número de anos de estudo em Manaus é de 11,5%, já a população preta tem 9,9%, a amarela, 13,3%, a parda, 10,6% e a indígena, 9,5%.
O menor número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais, entre todas as Unidades da Federação, é registrado em Breves, no interior do Pará, com apenas 6,5 anos.
Valdir Pucci acrescentou que os baixos índices revelam que o desestímulo à criação de um ambiente favorável para que as crianças estejam matriculadas pode ser considerado um projeto político para manter a população sem conhecimento.
“Não podemos deixar de também falar que a falta de educação também é um projeto político em que muitas pessoas entendem que investir em educação não é garantia de sucesso político uma vez que uma sociedade mais educada, no sentido de ser mais letrada, tende a ser mais crítica, inclusive em relação à classe política”, disse o cientista.
Nível Brasil
De 2000 a 2022, a população do País com 25 anos ou mais de idade cresceu 2,7 vezes, saindo de 6,8% para 18,4%. O percentual de pessoas sem instrução ou sem concluir o Ensino Fundamental caiu de 63,2% para 35,2%
A população na mesma faixa etária com nível Médio completo e Superior incompleto cresceu de 16,3% para 32,2%. Já as pessoas com Fundamental completo e Médio incompleta passou de 12,8% para 14,0%.