Estados Unidos adia saída de tropas do Afeganistão


19 de agosto de 2021
Estados Unidos adia saída de tropas do Afeganistão
Foto de 2009 mostra soldados dos EUA no Afeganistão (Manpreet Romana/AFP)

Com informações do UOL

WASHINGTON (EUA) – O presidente Joe Biden disse hoje à emissora ABC que seria impossível que os Estados Unidos deixassem o Afeganistão após duas décadas de guerra sem um “caos” e assegurou que as tropas podem permanecer no País além da data limite para garantir a evacuação dos cidadãos americanos.

“A ideia de que, de alguma forma, havia uma forma de ter saído sem que isso resultasse em um caos não vejo como seria possível”, declarou o presidente, durante entrevista à rede ABC, a primeira de Biden desde que os talibãs tomaram a capital afegã.

Quando perguntado se as tropas americanas permaneceriam no País da Ásia central depois da data limite de 31 de agosto se for necessário para garantir a evacuação de todos os americanos, ele respondeu “sim”.

“Vamos tentar fazê-lo antes de 31 de agosto”, afirmou, antes de acrescentar, “se restarem cidadãos americanos, vamos ficar para tirar todos”, sem explicar como funcionaria uma eventual prorrogação da retirada das tropas americanas.

A tomada da capital afegã pelos talibãs provocou uma fuga desesperada de estrangeiros e seus aliados afegãos.

Os talibãs se mantêm à margem, enquanto efetivos americanos asseguram o aeroporto de Cabul e organizam as evacuações.

Mas os insurgentes controlam o restante da cidade e essencialmente podem decidir quem passa e quem não, enquanto as forças estrangeiras têm uma capacidade muito limitada para manobrar de forma segura além dos limites do aeroporto.

– “Dificuldades” para tirar aliados afegãos -Biden disse à ABC News que os talibãs estavam colaborando com as forças americanas com as quais passaram tantos anos lutando para ajudar os estrangeiros a fugir, mas admitiu “dificuldades” para retirar os aliados afegãos.

“Estão cooperando, permitindo que os cidadãos americanos saiam, que o pessoal americano saia, que o das embaixadas saia”, afirmou.

“Mas estamos tendo mais dificuldades com os que nos ajudaram quando estávamos lá”, acrescentou, aparentemente referindo-se aos afegãos que trabalhavam com as forças americanas e estrangeiras e que agora temem represálias.

Na entrevista, o presidente refutou as críticas de que sua administração tinha sofrido uma enorme falha de inteligência.

Referindo-se ao colapso do dia para a noite do governo e do Exército afegãos, apoiados pelas potências ocidentais frente ao avanço dos talibãs, Biden disse que estava convencido de que a saída dos Estados Unidos tinha que ocorrer segundo o previsto..

“A pergunta inicial era, nos comprometeremos a ir dentro do prazo que estabelecemos (…) ou mobilizamos significativamente mais tropas?”, lembrou.

Quando perguntado o que pensou ao ver as imagens de afegãos tentando fugir agarrados à fuselagem de um avião americano e de outros que caíram após a decolagem, Biden disse que sua reação foi: “temos que controlar isto, temos que nos mover rápido. Temos que nos mover de forma que possamos tomar o controle desse aeroporto. E o fizemos”.

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