As vagas de estágio sumiram!

A situação não anda lá muito bem para a maioria de nós e sabemos que ser estagiário também não é nada fácil! No período do estágio, a gente rala, rala e o valor da bolsa é sempre baixo, mas a gente não pode perder de vista a importância desse momento em que é possível aliar a técnica à prática. É exatamente nessa época que a gente é capaz de testar o que aprendeu nos bancos escolares e sentir a profissão mais de perto! Uma experiência importante que ajuda a moldar o futuro profissional. Mas, além do lado positivo do estágio, a realidade do mercado de trabalho, a grave situação econômica do país e a falta de perspectivas de dias melhores são fatores que impedem ou dificultam o alcance da tão sonhada vaga de emprego!

A corrida pela vaga

Para você ter uma ideia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31% das pessoas entre 18 e 24 anos estão à busca do tão sonhado emprego, sem sucesso! E para piorar a situação até a vaga de estágio sumiu do mercado no início da pandemia. Dados do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) mostram que em abril de 2020, a contratação de estagiários caiu 83%. Se não conseguir uma vaga de estágio já é ruim por si só, imagina que, de acordo com um levantamento da Companhia de Estágios, 75% dos estagiários contribuem com o orçamento da família, ou seja, essa falta de oportunidade tem impacto não somente na vida do estudante, mas, principalmente, nas contas domésticas.

Muita vaga, mas mais gente

E mesmo que a oferta de vagas de estágio pareça expressiva não é bem assim! Conforme dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), as empresas abrem anualmente cerca de 1 milhão de vagas de estágio no país, sendo 740 mil destinadas a estudantes universitários e 260 mil para o pessoal do ensino médio e técnico. Contudo, a disparidade entre o número de vagas e o de jovens interessados é discrepante, já que a estatística do Ministério da Educação, mostra que o Brasil detém 8,6 milhões de estudantes matriculados nas universidades e 7,5 milhões de alunos em cursos médios e de educação profissional. A conta não bate e a constatação é que há muita gente para pouca vaga de estágio!

Pior que vencer essa corrida e disputar uma vaga é passar por todo processo seletivo e não ser aprovado. Outra Via Crucis! As exigências são muitas para um estrato da sociedade que está apenas dando os primeiros passos. Já, por outro lado, a nossa população envelhece rapidamente. De acordo com dados da pesquisa Projeção da População, também do IBGE, em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos.

Se aos 45 ou 50 anos o funcionário já encontra barreiras para se manter no mercado de trabalho e o jovem de 20 ou 24 anos não consegue estágio, podemos concluir que  – seguindo essa lógica – a vida útil do empregado pode girar em torno de 20 anos!  E sem um estudo bom, sem estágio e desmotivado, pergunto: qual perfil de empregado assumirá os cargos importantes no país na próxima década?

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