‘Estamos em franco crescimento’, diz Bosco Saraiva sobre recorde de faturamento do PIM
Por: Marcela Leiros e Alinne Bindá
19 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O Polo Industrial de Manaus (PIM) fechou o primeiro semestre de 2025 atingindo a marca recorde e histórica de R$ 110,80 bilhões em faturamento, com 131,4 mil trabalhadores diretos. Para o superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, a atual situação do polo é “animadora” e motivada também pela segurança jurídica garantida por iniciativas como a Reforma Tributária.
Entre 2020 e 2025, o faturamento do PIM apresentou crescimento contínuo e significativo. Em 2020, o volume registrado foi de R$ 46,49 bilhões, passando para R$ 74,12 bilhões em 2021 e alcançando R$ 83,93 bilhões em 2022. No ano seguinte, o faturamento somou R$ 86,51 bilhões, e em 2024 chegou ao patamar de R$ 97,13 bilhões, consolidando uma trajetória de expansão da atividade econômica no polo. No ano passado e neste ano, nos seis primeiros meses, o aumento do faturamento foi de 13,26%.
“Nós estamos em franco crescimento. Apesar de todas as crises, nós estamos consolidados como um polo industrial com a capacidade de mão de obra altamente qualificada e com a segurança jurídica que durante toda a história da Zona Franca de Manaus nos faltou, mas, agora, foi resolvida de forma perene com a prorrogação, até 2073, das nossas vantagens comparativas e também a partir da Reforma Tributária“, declarou Bosco Saraiva.
Empregos
Quanto ao mercado de trabalho, em junho deste ano o PIM empregou mais de 130 mil trabalhadores diretos, entre efetivos, temporários e terceirizados, o que indica um crescimento de 6,82% na comparação com junho de 2024, quando havia 123 mil trabalhadores, e de 0,77% em relação a maio deste ano, que registrou 130,4 mil trabalhadores.
Para o secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) do Amazonas, Serafim Corrêa, os recordes de faturamento e, consequentemente, de geração de empregos são reflexos da economia aquecida no País, considerando que o principal mercado da Zona Franca de Manaus (ZFM) é o nacional.
“A economia do Brasil está aquecida. Por consequência, como a Zona Franca de Manaus é voltada para o mercado interno, automaticamente isso reflete aqui, sim. E esperamos que no segundo semestre seja melhor do que no primeiro ainda“, afirmou Serafim Corrêa, acrescentando que os números são acompanhados com “muita alegria” pelo governo do Estado.

LEIA TAMBÉM:
- ‘Não entendo p* nenhuma de Zona Franca’, diz senador do AM
- Zona Franca de Manaus completa 58 anos com resultados e desafios
- Zona Franca pode se beneficiar com taxação de Trump, avaliam autoridades
Eficiência
O presidente executivo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio Morais de Oliveira, observou que resultados apontam para um momento de recuperação consolidada e expansão consistente, especialmente em comparação com anos anteriores marcados por instabilidades. Ele cita a aprovação da Reforma Tributária foi um dos desafios.
“Dentre os pontos que ajudam a contextualizar essa avaliação, destacamos a superação de desafios recentes, como a articulação para a aprovação da Reforma Tributária. O desempenho de 2025 indica que o polo não só superou adversidades, mas também se reorganizou com eficiência“, pontuou.
Lúcio Flávio também destaca, como motivos para os recordes de faturamento, a expansão de empresas e/ou modernização de parques industriais; aumento das exportações ou do consumo interno, com produtos do PIM alcançando novos mercados ou retomando espaço no mercado nacional; e, o efeito cambial e inflação controlada, tendo em vista que se a taxa de câmbio estiver favorável e a inflação sob controle, isso também favorece o faturamento.
Segmentos e produtos
De acordo com a Suframa, o crescimento do faturamento global do PIM no primeiro semestre foi impulsionado pela contribuição significativa de diversos subsetores, com destaque para Bens de Informática (participação de 21,81%), Duas Rodas (20,12%) e Eletroeletrônico (16,3%).
O período em questão foi marcado também pelo crescimento de outros segmentos, como o setor de Vestuário e Calçados, que apresentou um aumento de 50,35% no faturamento, e o segmento Madeireiro, que cresceu 33,43%.
“Produtos-chave” também tiveram aumentos considerados expressivos na quantidade de unidades fabricadas, como:
- motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 1,071 milhão de unidades produzidas e aumento na produção de 18,31%;
- televisores com tela de LCD e OLED, com 7.012.317 unidades e aumento de 2,66%;
- condicionadores de ar do tipo split system, com 3.178.222 unidades e aumento de 20,77%;
- relógios de pulso e de bolso, com 4.083.045 unidades e aumento de 32,55%;
- monitores com tela de LCD para uso em informática, com 1.816.046 unidades e aumento de 25,86%;
- e bicicletas (incluindo as elétricas), com 246.452 unidades e aumento de 26,88%.