Estatais do Amazonas têm prejuízo de R$ 3,8 milhões em 2024


Por: Jefferson Ramos

01 de janeiro de 2025
Tubos de concreto e máquina de operação de gás sobre os limites do território do Amazonas, acompanhados de seta em queda (Composição de Paulo Dutra e Weslley Santos/CENARIUM)
Tubos de concreto e máquina de operação de gás sobre os limites do território do Amazonas, acompanhados de seta em queda (Composição de Paulo Dutra e Weslley Santos/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Quatro estatais do Governo do Amazonas registraram prejuízo de R$ 3.862.199,99 até novembro de 2024. São estatais: a Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), Companhia de Desenvolvimento do Amazonas (Ciama), Processamento de Dados Amazonas (Prodam) e a Companha de Gás do Amazonas (Cigás).

O levantamento feito nesta quarta-feira, 1º, pela CENARIUM com base na transparência dos respectivos sites das estatais. A Cigás não divulgou relatório administrativo de 2024 com as receitas e despesas da empresa de capital misto. Comparado com 2023, somadas as cinco estatais lucraram R$ 138,1 milhões. Somente, a Companhia de Gás teve lucro de R$ 168,4 milhões.

A sede da Agência de Fomento do Amazonas – Afeam (Divulgação)

Desconsiderando os lucros da Cigás, as quatro estatais restantes tiveram perdas de R$ 30.242.960 em 2023. O prejuízo foi puxado pela Prodam e Cosama que registaram rombo de R$ 16.834.332,42 e R$ 14.445.702,58, respectivamente.

Desempenho em 2024

A Ciama foi a empresa que deu mais prejuízo. Foram R$ 13,4 milhões negativo até o mês de novembro. Pela lei n° 2326 de 1995, a estatal tem o objetivo de promover o desenvolvimento rural e urbano do Amazonas. O governo é o acionista majoritário com 51% das ações.

A Prodam segue como a segunda estatal com maior prejuízo. O braço tecnológico digital do governo estadual registrou saldo negativo de R$ 5.037.304,55 até setembro. A estatal é responsável pelo processamento de dados do Estado. Conforme o relatório de gestão de 2023, o prejuízo foi ocasionado pela inadimplência dos maiores clientes estaduais. O governo do Amazonas tem 99,89% das ações da firma.

Funcionário da Cigás manuseia equipamento (Divulgação/Cigás)

A Afeam teve lucro R$ 9.010.721,68 até setembro. O empreendimento oferece microcrédito voltado principalmente para pequenos empreendedores, como Microempreendedores Individuais (MEIs). A agência funciona diferentemente do extinto Banco do Estado do Amazonas (Bea) privatizado em 2002, fornecendo somente microcrédito sem outros serviços bancários.

Privatizações

No caso da Cosama, o faturamento foi de R$ 5.641.349,51 até o mês de outubro. Porém, em 2023, a companhia registrou prejuízo de R$ 14.445.702,58. Uma auditoria realizada no mesmo ano apontou prejuízos significativos de 2019 a 2023 além de uma substancial insuficiência de capital de giro.

A operação da Cosama em Manaus foi vendida no ano 2000 para a iniciativa privada. Desde então, a empresa diminuiu de tamanho e hoje atua em apenas 15 dos 62 municípios amazonenses.

Já o processo de venda de 49% das ações da Cigás foi concluído em 2011, influenciado por dívidas da empresa com a Eletrobras. Na época, o governo argumentou que a venda renderia R$ 200 milhões e que o recurso seria investido na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O Estado é acionista majoritário da estatal com 51%.

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Editado por Jadson Lima

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