Estradas no país têm restaurantes parcialmente fechados com pandemia

Salão do restaurante Graal 56, na rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, vazio por conta da prevenção contra o coronavírus - Eduardo Anizelli/Folhapress

Folhapress

Rodovias estaduais e federais pelo país estão em funcionamento, com menor fluxo de veículos por causa da pandemia de coronavírus. Mesmo sem decreto proibindo abertura, em alguns estados a opção de restaurantes e bares nas estradas foi a de fechar as portas, diante do baixo movimento.

Foi o caso da Bahia. Não há restrição estadual para o funcionamento de serviços e restaurantes nas rodovias, mas grande parte das restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência decidiram não abrir.

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Na última quarta-feira (1), a reportagem percorreu cerca de 500 km passando pelas cidades de Feira de Santana, Serrinha, Nova Soure, Inhambupe, Alagoinhas, Catu e Salvador.

Nas rodovias como a BR-324, BR-116 e BR-101, os postos de combustível funcionavam normalmente. Contudo, eram raros os restaurantes abertos. Dentro das cidades, apenas padarias e supermercados eram opção para quem por ali passasse e quisesse se alimentar.

“A maioria dos caminhoneiros está tendo que levar marmita para a estrada porque está quase tudo fechado”, diz o caminhoneiro autônomo Denílson Alves, que trabalha com o frete de frutas de produtores rurais para a feira de São Joaquim, em Salvador.

O transporte intermunicipal foi suspenso em 49 cidades, mas não há decreto estadual para bloqueio de estradas. Algumas cidades, contudo, têm fechados os seus principais acessos, caso de Catu (91 km de Salvador). A prefeitura concentrou a entrada na cidade em uma via onde foi instalada uma barreira sanitária para identificar possíveis infectados com o novo coronavírus.

Nas rodovias de São Paulo, os postos e restaurantes estão em operação em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em sete estabelecimentos às margens de rodovias como a Anhanguera consultados pela reportagem, o atendimento nos postos de combustíveis está normal.

Nos restaurantes, todos os pratos e lanches estão sendo produzidos para os consumidores, desde que eles façam o consumo fora do estabelecimento. As refeições estão sendo acondicionadas em marmitex, assim como os sanduíches. Os locais que têm serviços como borracharias também seguem operação normal.

Em Minas Gerais, a medida que fechou as divisas do estado vale para ônibus com passageiros, mas não limitou a circulação dos transportes de cargas nas rodovias do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, nas rodovias federais a circulação também segue normal.

A PRF disponibilizou uma ferramenta para que caminhoneiros possam consultar estabelecimentos abertos, às margens das rodovias. O governo estadual recomendou que o comércio que atende transporte nas estradas siga funcionando. A Polícia Militar também passou a distribuir alimentação ao longo de rodovias estaduais para auxiliar caminhoneiros.

Como medida de contenção diante da pandemia, Poços de Caldas (a 450 km de Belo Horizonte), conhecida pelo turismo de águas termais, restringiu o acesso de vans e ônibus de turismo à cidade e de veículos cujos ocupantes viessem de cidades com transmissão comunitária do novo coronavírus (quando não é possível identificar origem da contaminação).

Com o decreto publicado em 20 de março, as rodovias de acesso também passaram a ter barreiras fixas e móveis. Desde o dia 23, veículos com registro de licenciamento em outros municípios tiveram entrada restringida.

A exceção é para carros cujos ocupantes possam comprovar residência, situação de trabalho ou prestação de serviços em Poços de Caldas, motoristas de aplicativos levando moradores da cidade e transporte de cargas de alimentos, remédios e outros essenciais.

Em Pernambuco, postos de combustíveis e restaurantes localizados nas margens de rodovias estaduais e federais estão funcionando normalmente.

Em alguns municípios, a exemplo de Caruaru, no interior do estado, há barreiras sanitárias nas estradas para orientar motoristas sobre a necessidade do cumprimento das medidas restritivas.

No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel (PSC) determinou que a Polícia Militar faça bloqueios para apoiar os demais órgãos públicos e garantir o cumprimento do decreto governamental que busca o isolamento social.

Como o decreto estadual não impede o funcionamento dos postos de gasolina, os locais estão funcionando normalmente. Porém, a determinação do estado é que seja respeitada a recomendação de limite de ocupação de até um terço da lotação atual de bares e restaurantes.

No Rio Grande do Sul, na Freeway (trecho de cerca de 100 km da BR-290, que liga Porto Alegre ao litoral), diariamente são distribuídos cem vales-alimentação para caminhoneiros. A iniciativa é da concessionária CCR Sul, que administra os pedágios.

Há 25 pontos com atendimento do Sest-Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) com distribuição kits de higiene e alimentação em rodovias como a BR-386, BR-285 e BR-392. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal montou um guia online que mostra 507 restaurantes e postos de gasolina disponíveis no Rio Grande do Sul.

A Randon, que fabrica carrocerias, está distribuindo 50 mil frascos de álcool em gel em parceria com postos de gasolina em rodovias federais e com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), em oito pontos de estradas estaduais.

No Paraná, apesar de o governo ter anunciado o bloqueio da entrada de ônibus de outros estados do país, a polícia está apenas monitorando e orientando nesse sentido, já que a suspensão do transporte é de exclusividade da ANTT.

Para auxiliar motoristas, o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) disponibilizou em seu site uma lista de estabelecimentos comerciais em funcionamento no entorno das principais rodovias do estado, federais ou estaduais. São postos de combustíveis, restaurantes e borracharias que permanecem atendendo condutores e caminhoneiros mesmo no período da pandemia.

As concessionárias que administram as rodovias do estado também estão obrigadas a seguir medidas de prevenção ao novo coronavírus, como higienização e desinfecção de postos de serviço e praças de pedágio, além de disponibilização de álcool em gel para os funcionários.

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