Estudante ribeirinha apresenta projeto com ações de reflorestamento


Por: Cenarium*

16 de maio de 2025
Estudante ribeirinha apresenta projeto com ações de reflorestamento
(Divulgação/Governo do Amapá)

MANAUS (SM) – A estudante Catrine Oliveira, de 14 anos, aluna do 9º ano da Escola Família Agroextrativista do Carvão, localizada no município de Mazagão, distante 14 quilômetros de Macapá, é uma das protagonistas na Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelo Governo do Amapá, durante esta semana. Apesar da primeira experiência, a aluna demonstrou firmeza ao apresentar o projeto “Rios e Sementes: Uma Jornada Sustentável”, que propõe ações de reflorestamento.

O projeto também tem como objetivo a valorização das sementes amazônicas transportadas pelas marés, com foco na Educação Ambiental nas escolas ribeirinhas da foz do Amazonas. A estudante participa da etapa estadual que, de acordo com os organizadores, está revelando iniciativas que conectam juventude, saberes tradicionais e sustentabilidade.

Natural da comunidade ribeirinha Porção do Rio Preto, Catrine percorre cerca de cinco horas de viagem para estudar na escola e para representar a escola na Conferência pelo Meio Ambiente, onde participa pela primeira vez.

“Isso é um grande passo na minha vida, principalmente porque estou no 9º ano. Estou animada e muito feliz. Os meus colegas confiaram em mim, e eu vou fazer de tudo para que eles sintam orgulho”, compartilhou a jovem, emocionada.

Catrine e seus colegas falando do projeto
Catrine e seus colegas falando do projeto (Divulgação/Governo)

Com a orientação do professor de Biologia Janilson Leão, o projeto apresentado por Catrine e colegas integra educação ambiental, regeneração da vegetação e empoderamento feminino. A proposta destaca a importância da dispersão natural das sementes pelas águas dos rios amazônicos, como a andiroba, usada para produção de azeites medicinais pelas mulheres da comunidade, e propõe atividades como oficinas, trilhas ecológicas, rodas de conversa com pessoas das comunidades, experimentos com germinação e caravanas em escolas ribeirinhas.

“As mulheres, por exemplo, são quem coletam as sementes, extraem os óleos e cuidam da natureza com sabedoria. A gente quis mostrar que esse conhecimento precisa ser valorizado”, explicou Catrine.

Catrine ainda declamou poesia na Conferência
Catrine ainda declamou poesia na Conferência (Divulgação/Governo)

A conferência realizada na Escola Família Agroextrativista do Carvão foi a primeira da história da unidade escolar, que adota o modelo da pedagogia da alternância, intercalando o ensino entre a escola e a vivência nas comunidades quinzenalmente. A escola atende 51 comunidades de seis municípios entre o Amapá e o Pará, e a iniciativa marcou um momento inédito na valorização do protagonismo estudantil em territórios ribeirinhos e extrativistas.

Durante a etapa escolar, os estudantes participaram de oficinas culturais e ambientais com dinâmicas criativas, conectando arte, ciência e meio ambiente. O projeto de Catrine foi o escolhido para representar a escola na fase estadual e sua escolha como representante destaca o compromisso da escola com o protagonismo estudantil e a valorização dos conhecimentos tradicionais da floresta.

os estudantes participaram de oficinas culturais e ambientais com dinâmicas criativas, conectando arte, ciência e meio ambiente
Os estudantes participaram de oficinas culturais e ambientais com dinâmicas criativas, conectando arte, ciência e meio ambiente (Divulgação/Governo)
Conferência Estadual Infantojuvenil pelo Meio Ambiente 

A Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente envolve 119 escolas públicas em todos os 16 municípios do estado, com mais de 20 mil estudantes participando ativamente. Cada unidade realiza uma etapa própria, selecionando delegados e propostas que seguem para a etapa estadual.

A etapa estadual da conferência será realizada em breve e definirá os representantes do Amapá para a fase nacional, marcada para outubro, em Brasília, no Distrito Federal, durante um ano estratégico para o debate ambiental, com a realização da COP30 na Amazônia.

A delegação amapaense que seguirá para a Conferência Nacional, em Brasília, deve ser formada por 12 estudantes, um professor, dois acompanhantes dos estudantes indígenas e Pessoas com Deficiência (PCD), e dois acompanhantes da Comissão Organizadora Estadual.

A conferência na escola família Agroextrativista do Carvão foi a primeira da instituição com 168 alunos
(Divulgação/Governo)
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(*) Com informações da Agência Amapá

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