Estudantes divergem sobre realização do Enem e ministro afirma que exame não será adiado

Estudantes estão preocupados com a realização da prova no próximo domingo. (Reprodução/Twitter)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Por conta do aumento de casos de Covid-19, mais de 5 milhões de brasileiros inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para domingo, 17, divergem sobre a realização da prova. Nesta terça-feira, 12, o ministro da educação afirmou que o exame não será adiado.

O estudante de 24 anos, George Dantas, pretende concorrer a uma das vagas para o curso de medicina na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Ele diz que a fazer a prova nesta situação não seria ideal, mas defende a realização da prova mediante os protocolos de segurança.

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“O Amazonas está em situação delicada, mas creio que se seguido os protocolos, tenhamos êxito. O ano foi extremamente desgastante, muitos alunos desejam realizar a prova o quanto antes, para “se livrar” desse peso. Mas, também existe a ala que pede pelo adiamento, e eles não estão errados. Seguro totalmente eu não me sinto, explicou George.

Grupo de risco

Já o estudante Vithor Mar, de 19 anos, vai prestar o Enem pela segunda vez e pretende ingressar no curso de engenharia Civil da Ufam, defende o adiamento das provas, por conta da “explosão” de novos infectados por Covid-19 no Amazonas.

“Era favorável à realização até antes das datas festivas sim. Mas, agora, com esse aumento, acho que deveriam adiar, até pela segurança de todos. Temo bastante, mas não por mim e sim pelos meus familiares que são do grupo de risco”, desabafou Vithor.

Risco alto

O infectologista Marcus Barros afirmou que no Amazonas o risco de contágio é alto e que as provas precisam ser adiadas imediatamente pelo Governo Federal. “Pelo menos aqui, ao meu ver, os exames devem ser adiados. Ainda estamos sem vacina e os riscos continuam altos. De nada adianta passar e não cursar”, destacou o infectologista.

Segundo o pesquisador da Fiocruz/Amazônia, Jesem Orellana, não há nenhum estudo específico sobre a propagação do vírus. No entanto, para ele, a omissão das autoridades é eminente. “Dispensa projeções, pois estamos em crítica e elevada transmissão comunitária em Manaus. Não temos o que fazer, as autoridades parecem não se importar nem com a vida das pessoas e nem com a economia do país”, defendeu o pesquisador para que as provas sejam adiadas no Amazonas.

O que diz o Inep?

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) defendeu a manutenção do calendário atual. Para o órgão responsável pela organização da prova, “a realização do exame na data marcada é perfeitamente possível e segura para todos os envolvidos, não havendo riscos de ordem sanitária”.

De acordo com o órgão, houve “um esforço institucional redobrado na adoção e implementação efetiva de todas as medidas de segurança previstas na legislação quanto à prevenção e combate da covid-19”. Além de reforçar as medidas de segurança, o instituto diz que estudantes que estiverem contaminados com a covid-19 poderão realizar o exame em fevereiro.

Ministro da Educação

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta terça-feira, 12, que “o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será adiado em função da pandemia da Covid-19”. A declaração feita durante entrevista à CNN Brasil, no momento em que apelos de candidatos por mais um adiamento da prova, que estava prevista para novembro de 2020, por conta dos riscos sanitários relacionados à disseminação em alta do novo coronavírus pelo país.

Ação judicial

Uma ação impetrada pela Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério Público Federal (MPF) foi negada pela Justiça Federal. No pedido, os poderes alegavam que “não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos da covid-19”, diz trecho do pedido.

Segundo defensor João Paulo Dorini, o processo sobre o Enem corre desde abril. Inicialmente marcada para novembro de 2020, a prova já foi adiada uma vez. Agora, o fundamento do novo pedido liminar foi a segunda onda de infecções pela covid-19.

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