Estudo aponta que gestantes têm risco aumentado para a formação de pedras nos rins

O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Mayo Clinic, localizada em Rochester, Minnesota (EUA), incluiu três mil mulheres (Divulgação/Assessoria)

Com informações da assessoria

MANAUS – Os riscos de desenvolvimento de cálculos renais em mulheres são potencializados durante a gravidez e se estendem pelo período de até um ano após o parto. É o que sugere um estudo de caso controle de base populacional, publicado em abril, no American Journal of Kidney Diseases, alertando sobre a importância do aconselhamento no pré-natal sobre o tema. “A formação de pedras nos rins durante esse período se dá, especialmente, pelas mudanças fisiológicas e anatômicas”, explicou o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Giuseppe Figliuolo.

“Um detalhe importante é que, mulheres com outros fatores de risco para cálculos renais, como as que desenvolveram obesidade, devem ter os cuidados redobrados”, destacou o cirurgião, que é doutor em saúde coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Mayo Clinic, localizada em Rochester, Minnesota (EUA), incluiu três mil mulheres. Conforme o resultado, enquanto a maior parte dos diagnósticos ocorre na gravidez, “por uma passagem dolorosa”, outras pedras permanecem estáveis no rim, sem serem detectadas, por mais tempo.

De acordo com um dos autores da pesquisa, o nefrologista Charat Thongprayoon, durante a gravidez, o relaxamento ureteral devido aos níveis elevados do hormônio progesterona, podem causar estase urinária (urina parada na bexiga). Outro fator quer contribui para a formação dos cálculos, é a excreção aumentada de cálcio na urina e o pH urinário elevado durante a gravidez. O mais comum é que sejam formadas pedras de fosfato de cálcio.

Infecção urinária

“As grávidas que apresentam esse tipo de problema também estão sujeitas a desenvolverem quadros de infecção urinária, inclusive, acompanhados de febre, o que requer maiores cuidados. O cálculo renal também potencializa os riscos de partos prematuros, provocados durante as cólicas renais, que podem ser leves, moderadas ou agudas”, destacou Figliuolo.

O especialista explica que as alterações metabólicas e hormonais também influenciam para a formação de pedras nos rins em gestantes. “O crescimento do útero pode causar a compressão dos rins, fazendo com que a urina fique retida por mais tempo lá. Esse processo privilegia a formação dos cálculos”, frisou.

Prevenção, diagnóstico e tratamento

De acordo com ele, a prevenção é feita por meio da ingestão de líquidos ao longo do dia, como água e sucos, e de uma dieta com restrição de sódio (sal), substância que aumenta os riscos de formação dos cálculos. Porém, se notados sintomas como dor abdominal, dor ao urinar, liberação de pouca urina e aumento de ida ao banheiro, é necessário buscar ajuda médica. “As gestantes que têm pedras nos rins necessitam de acompanhamento periódico de um urologista, pois há situações em que a intervenção cirúrgica se faz necessária para prevenir problemas adicionais”, alertou Figliuolo.

O diagnóstico é feito a partir de avaliação clínica e exames complementares, como os de imagem e os laboratoriais. Além de acompanhamento, o tratamento prevê o uso de medicamentos prescritos por especialista, com dosagens específicas para cada pessoa, levando em consideração vários fatores, sendo contraindicada a automedicação, especialmente no caso das gestantes.

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